O título carioca de 1990 fica um pouco esquecido no imaginário do torcedor do Botafogo. Afinal de contas, tem como vizinho ilustre aquele que marcou o fim do jejum, o gol do Maurício. Mas aquela foi uma conquista muito legal de recordar. Foi uma grande campanha do Alvinegro. A polêmica em torno da decisão tornou a conquista ainda mais gostosa.
O Botafogo não perdeu clássicos naquele campeonato. Por exemplo, ganhou as duas partidas do Flamengo. Só perdeu um jogo, aliás um só em todo o bicampeonato. Contra o América-TR uma quarta-feira à tarde com um gol de Peão. No calor de Três Rios. Algo que passou esquecido na campanha botafoguense.
Berg fez parte daquele elenco
O time era muito habilidoso. A defesa era fortíssima. Mauro Galvão e Wilson Gottardo eram sólidos na zaga, protegendo Ricardo Cruz. Pelo lado direito tinha Paulo Roberto, o lateral do cruzamento certo. Na esquerda o Gonçalves jogava improvisado. Na final, que foi disputada mais de um mês depois por conta da Copa do Mundo, Gonçalves foi para a zaga. Isso porque Galvão já tinha sido negociado com a Suíça. Renato Martins então entrou na esquerda.
O Botafogo tinha um meio-de-campo de rara habilidade. Luisinho, Carlos Alberto Santos, Djair e Carlos Alberto Dias. Valdeir infernizava a defesa rival. Na frente tinha o Donizete. Mas não era só isso. Poucos vão se lembrar. Mas Berg, ídolo da década de 80, estava no plantel. Lembro de um jogo contra o Nova Cidade em que ele entrou no segundo tempo. Foi cobrar uma falta e o pobre do goleiro Marlúcio, desprovido de cabelo, ouvia os gritos da torcida no Caio Martins: “Careca, senta na boneca”. Na cobrança de Berg o arqueiro deu rebote para Marcelo Carioca definir os 4 a 0. Lembranças de um futebol gostoso, que vai viver no pensamento dos botafoguenses. E você torcedor, o que lembra desta conquista?
