Venda de Luis Henrique pelo Botafogo mostra fragilidade dos clubes

Botafogo aguarda proposta do Olympique de Marselha por Luis Henrique
Vítor Silva/Botafogo

A venda dos direitos de Luis Henrique para o Olympique de Marselha está recheada de dúvidas. O Botafogo afirmou em um primeiro momento que ele não sairia por menos de 12 milhões de euros. O dirigente do Olympique de Marselha abriu a boca para falar a verdade. Agora até entrevista coletiva vai acontecer nesta quarta-feira para se esclarecer a situação. Que esta entrevista traga a transparência tão importante em um clube que pretende virar empresa, mas que ainda sofre com o amadorismo de seus dirigentes. Do presidente que ninguém ouve falar ao vice que não sabe se é oposição ou situação, o Glorioso vem sofrendo e esperando o S/A virar realidade. Mas independentemente da gestão, a venda de Luis Henrique pelo Botafogo mostra a fragilidade dos clubes.

Antigamente os clubes eram os donos dos jogadores em uma relação que beirava a escravidão. Ou o jogador assinava nas bases do dirigente ou seu passe era fixado na federação por valores absurdos e ele ficava sem jogar. Aí a lei mudou em nome de acabar com a escravidão. Mas o que de fato aconteceu foi apenas a mudança em relação ao dono do escravo. Surgia então o empresário. O jogador desponta na barriga da mãe e já tem alguém na sala do parto para gerenciar a sua carreira.

Aí começa aquela corrida para encaixar o jogador em um grande clube. O empresário paga viagem, arruma hotel para os testes e pronto, investiu no garoto. Ele passa no grande clube, que de fato fica responsável por amadurecer o atleta, cuidar dele, torná-lo um jogador de verdade. Mas aí entra a legislação e diz que aquele jogador não pode assinar contrato longo, limita a relação e o grande clube acaba ficando sem segurança nenhuma e frágil nas negociações.

Clubes de estrada têm mais força que os grandes

Ex-Botafogo, Luis Henrique fechou com o Olympique de Marselha
Ex-Botafogo, Luis Henrique fechou com o Olympique de Marselha

Se você teve a paciência de ler até aqui pode me rebater dizendo que a lei não protege o empresário. Afinal, a Fifa determina que um jogador só pode ser vinculado a um clube. Então começamos a conhecer times de esquina, que ninguém conhece, mas que são capazes de terem craques em seus elencos. Além disso esses clubes de estrada se mostram mais fortes que grifes como Botafogo, Fluminense e outros.

O Botafogo não aceitou vender Luis Henrique. O Botafogo não tinha escolha. Assim como vai acontecer por muito tempo com grandes clubes que não se organizam, a sua maioria, em relação aos jovens da base. Aí só nos resta ter que engolir a Matemática que não fecha e os dirigentes tentando se mostrar senhores de si na negociação. Mas que não passam de meros figurantes por conta da própria falta de competência em administrar.

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