Dudu Cearense, ex-volante do Botafogo, contou que um grupo de jogadores, insatisfeitos com Marcos Paquetá, o procurou no início do segundo semestre de 2018 para derrubar o treinador do comando da equipe. Paquetá foi contratado para o lugar de Alberto Valentim, que deixou o clube, após ser campeão carioca, rumo ao Pyramids, do Egito.

Um dos mais experientes do elenco naquela temporada, Dudu Cearense disse que não compactuou com a ideia e também não revelou os atletas que participaram do movimento. A declaração foi dada ao canal “Papo com Léo Careca“, no YouTube, na noite desta terça-feira.
– Costumam dizer que jogador derruba treinador. Cara, derruba, derruba porque já passei por isso no Botafogo. Eu não derrubei, graças a Deus, minha consciência é limpa. Vou dar um exemplo: Paquetá. Foi meu treinador, campeão mundial comigo na Seleção Brasileira, várias convocações, meu amigo até hoje. Chegou ao Botafogo e o pessoal: “Chegou seu pai, você vai jogar!” Eu falei: “Calma, mermão. Futebol não é assim. Muita coisa passou e muita coisa muda”. Acho que fui nem para um jogo, nem lembro, eu sei que ele ficou um mês ou dois meses na equipe, muito pouco tempo. Eu nem viajava, cara! Então, nesses cinco jogos, participei de nenhum, se fui para o banco, não lembro. Para você ver que foi tão rápido (…) O time foi muito mal, muito mal, muito mal e alguns atletas, não vou falar nomes, me chamaram: “Esse cara tem que sair da equipe, vamos derrubar ele“. Eu falei: “Eu nunca fiz isso na minha carreira e não vou fazer hoje no fim dela. Não assumo essa responsabilidade porque não é minha. Se eu fosse diretor, chamaria para trocar o treinador”. Mas eu era atleta do Botafogo, há hierarquia, jogador, treinador, diretor e presidente (…) Se passou na frente, eu não sei, não participei disso. Mas jogador derruba sim – revelou Dudu.

4 derrotas em 5 jogos
Marcos Paquetá foi contratado pelo Botafogo depois de 14 anos fora do Brasil, onde trabalhou em países como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Líbia e Iraque. Foram apenas cinco partidas à frente do Fogão: uma vitória e quatro derrotas. O tropeço derradeiro foi o 3 a 0 para o Internacional, no Beira-Rio, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro.