Botafogo lucrou mais no Maracanã do que no Engenhão

0 comentários

Por FogãoNET

Compartilhe

A interdição do Engenhão deixou o Botafogo de cabelo em pé. O clube perdeu receitas já comprometidas e algumas em vias de serem arrecadadas, como a venda dos naming rights do estádio. Contudo, com o passar do tempo somado ao acordo com o Complexo Maracanã para a utilização do estádio, a mudança está se mostrando favorável em relação aos lucros com bilheteria.

Em seis jogos no Maraca na atual edição do Brasileiro, o Glorioso arrecadou R$ 1.473.964,00 de renda líquida, com média de R$ 245.660,67 por jogo. Em 2012, o Engenhão foi usado nas 19 partidas que o Alvinegro teve o mando de campo. Porém, foram arrecadados apenas R$ 986.198,00 – média de R$ 51.905,14 por partida. Na comparação das duas rendas líquidas, os jogos no Maracanã já renderam ao Botafogo cerca de R$ 500 mil a mais do que em todo o Brasileirão de 2012.

Além disso, a média de público neste ano é quase o dobro do ano passado. Vale ressaltar que a campanha atual é superior a de 2012.

– O acordo com o Maracanã é muito bom, mas estamos conversando para melhorá-lo. Ainda temos alguns ajustes a fazer – disse o diretor-executivo do Botafogo, Sérgio Landau, mudando o discurso adotado na quarta, quando afirmou que teria sido um erro fechar contrato com o consórcio, mas que não tinha escolha no momento.

Fernando Ferreira, membro da Academia LANCE!
Especialista em finanças, gestão e governança dos clubes

Depende do tipo de contrato que é acertado. Essa comparação do retorno nos jogos também depende do tipo de jogo que teve nos dois estádios, porque o Botafogo só está fazendo jogos importantes no Maracanã. A gente não tem o Estadual agora. O clube disputou o Estadual no Engenhão, e o Estadual é um destruidor de média de público.

A questão toda é que o Maracanã é certamente melhor que o Engenhão. Disso não há dúvida. Se você analisar os equipamentos, localização, acesso, tradição, interesse do torcedor, não tem comparação. O Maracanã é melhor. Mas essa é uma parte da história.

A outra parte é saber se for jogar no Maracanã, o que o clube vai ter em relação a jogar no Engenhão. O que também é uma realidade é que os estádios em que há um concessionário você vai ter um percentual menor da renda. Então, você tem duas realidades diferentes aqui. O Maracanã é o melhor estádio para o torcedor e para gerar receita bruta.

O outro ponto é se a gente olhar o que vai acontecer com os clubes na nova geração de arenas. Uns vão ser os inquilinos, como no Maracanã, e outros vão ser donos das propriedades sem a participação de um terceiro. No Maracanã todos têm um sócio, que não é pequeno. É uma operação privada que precisa ter retorno.

No Engenhão, o Botafogo não tem isso. O estádio é dele. São duas situações contraditórias. Tendo a acreditar que nas condições do contrato do Fluminense, por exemplo, que não tem custo, a operação seja melhor para o Botafogo no Maracanã. Mas é uma percepção, porque a gente não sabe como são exatamente os contratos fechados.

Mas volto a dizer: o Maracanã está sendo usado no filé. Na virada do ano vem aí o famigerado Estadual. Aí, é jogo com Quissamã, Olaria, Madureira… Nada contra as equipes, mas é jogo para público de mil, duas mil pessoas! Aí é outra realidade.

Notícias relacionadas