É uma temporada diferente para Jefferson. Pela primeira vez na carreira, o goleiro do Botafogo disputará a Copa Libertadores. E mais: o veterano de 31 anos é nome quase certo na lista de Luiz Felipe Scolari para estar na Copa do Mundo da FIFA. Mas, ao mesmo tempo, o começo de 2014 é de incertezas para o arqueiro. O Alvinegro tem um elenco renovado após as saídas do técnico Oswaldo de Oliveira e do meia holandês Clarence Seedorf. Além disso, Jefferson não sabe quais são suas chances de ser titular da Seleção, já que Julio Cesar, já convocado por Felipão, ha algum tempo não vem atuando com regularidade no Queens Park Rangers.
Nada, entretanto, parece tirar a calma do goleiro de 1,88m. Com a mesma tranquilidade com que defende as traves do Botafogo, Jefferson fala dos próximos desafios. E o segredo para enfrentá-los, quando pronunciado pelo goleiro, não parece tão segredo assim: “A gente tem que pensar passo a passo. Não vivo muito ansioso”, afirmou ao FIFA.com.
O primeiro desses importantes passos será dado nesta quarta-feira, no Equador, onde o Botafogo encara o Deportivo Quito, pela fase prévia da Copa Libertadores. No Estádio Olímpico Atahualpa, surgirão as primeiras respostas para o reformulado Alvinegro. Jefferson parece confiante: “Não tem essa coisa de começar do zero. A gente vai dar sequência a um ótimo ano que a gente fez, que foi 2013. Claro que saiu um grande profissional, que é o Seedorf, mas estão chegando outros jogadores também. São atletas qualificados, com passagens por grandes clubes, experiência em Libertadores. É só dar sequência naquilo que a gente vem fazendo que vai dar tudo certo.”
Jefferson até compara um dos novos companheiros ao craque holandês. “O Jorge Wagner é um grande jogador, tem quase as mesmas características do Seedorf. Atleta como ele você encontra poucos aqui no Brasil. Bola parada com ele é uma arma fundamental”. Entre os reforços do clube carioca, o arqueiro ressalta as presenças dos argentinos Juan Carlos Ferreyra, vice-campeão da Libertadores pelo Olimpia no ano passado, e Mario Bolatti.
A Seleção vem depois, ele diz. “Tenho meus objetivos de ser campeão pelo Botafogo e pela Seleção Brasileira.” Metas traçadas desde 2009, quando voltou do Trabzonspor, da Turquia. Lá, encontrou dificuldades para se adaptar. “Tive uma queda de rendimento muito brusca, mas amadureci como homem, como profissional. Quando voltei para o Botafogo, em 2009, voltei com outra cabeça. Meu primeiro passo era ser titular aqui. O segundo era chegar à Seleção.”
Passo a passo, no ritmo de Jefferson. Foi assim mesmo que as coisas aconteceram. Em agosto de 2010, enquanto esperava em frente à TV com a família, recebeu a notícia da primeira convocação para a Seleção Brasileira. Em setembro de 2011, foi titular no Superclássico das Américas. No mês seguinte, com a Seleção escalada com sua força máxima, esteve em campo desde o primeiro minuto e pegou um pênalti contra o México. Em 2013, no banco de reservas, comemorou o título da Copa das Confederações da FIFA.
A menos de seis meses de realizar o sonho de todo futebolista e disputar uma Copa do Mundo, o arqueiro tenta não pensar muito longe e repete seu mantra: “Passo a passo. Tenho reconhecimento do Felipão e da comissão técnica, mas não posso pensar na Seleção agora e esquecer o que está acontecendo no momento. A gente tem o Carioca e a Libertadores para disputar.”
Mas é possível esquecer totalmente uma Copa do Mundo? A resposta se repete.
“Eu que sou o tipo de pessoa que vive passo a passo. Não vivo muito ansioso, sabe? Se a gente pensar nisso, a gente não faz o de agora. É esperar as coisas acontecerem, porque elas vão acontecer naturalmente.”