Bruno Lazaroni analisa problemas do Botafogo e fala sobre saída: ‘Entendi que o ciclo terminava ali’

Bruno Lazaroni - Botafogo
Vitor Silva/Botafogo

Após seis partidas como técnico interino, Bruno Lazaroni acabou demitido do Botafogo e deu lugar a Ramón Díaz, após o trabalho também temporário de Flavio Tenius. Em entrevista ao “GE”, o filho de Sebastião Lazaroni explicou a saída do clube e enumerou problemas que encontrou este ano. Confira alguns trechos:

SAÍDA

“Tenho orgulho para falar dessa trajetória. Achei muito importante por ter contato com diversas áreas do clube e a parte de gestão também. Não teve desgaste. A minha decisão de não permanecer foi muito mais em função de encerrar um ciclo e procurar novas oportunidades. Foram seis anos no clube e entendi que o ciclo terminava ali. Só tenho a agradecer a oportunidade e enaltecer o trabalho dos jogadores e dos outros membros da comissão técnica.”

DEMISSÃO COM APROVEITAMENTO DE 53%

“Na minha entrevista de apresentação, eu comentei que independentemente do status, efetivo ou interino, todo treinador é interino, única certeza que ele tem é que em algum momento ele vai sair. Os números, até em relação a todas as vezes que tive oportunidade de ser treinador, foram nove jogos com três vitórias, três empates e três derrotas – um jogo em 2018, dois jogos em 2019 e seis jogos agora em 2020. Isso dá um aproveitamento em torno de 44%, se a gente pegar os aproveitamentos das equipes em 2019, terminaria o Brasileiro em 11º lugar. Se levarmos em consideração só o Brasileiro desse ano, o aproveitamento era de 53%, talvez daria uma pré-Libertadores mantendo esses números. Surpresa a gente não tem no futebol, sabia que precisava dar resultado a curto prazo e acho que esses números demonstram um pouco do meu trabalho. Foram 12 jogos antes da minha entrada e tínhamos uma vitória. Comigo foram cinco jogos e duas vitórias.”

GESTÃO MAIS PROFISSIONAL

“Eu não gosto de analisar somente com base nisso. O jogo em si é a ponta final de todo um processo. O grande problema do Botafogo atual todo mundo sabe que é a parte financeira, e isso acaba prejudicando a tomada de decisões. Talvez falte também uma gestão um pouco mais profissional para tentar potencializar os poucos recursos que o clube tem. Outra coisa que levo em consideração é a convicção na escolha do treinador e dar tempo para ele trabalhar, espero que o Ramón Díaz tenha esse tempo para desenvolver as ideias dele.”

EXCESSO DE MUDANÇAS

“Sobre a questão das contratações tem a rotatividade do elenco. Se for levar em consideração, de 2018 para cá permaneceram cinco jogadores no Botafogo, se não me engano: Saulo, Gatito, Marcelo Benevenuto, Marcinho e Kanu. Não dá para criar uma identidade, e a experiência do elenco é também relacionada à experiência na competição, são poucos que tiveram experiência a nível de Brasileiro. É normal oscilar dentro do campeonato.”

O QUE O BOTAFOGO PRECISA

“Eu acredito que equilibrar o ambiente e ter mais eficiência nos jogos. E repito: acreditar no trabalho que está sendo desenvolvido, porque a parte ofensiva é sempre mais difícil, demanda mais tempo. Não que a parte defensiva seja mais fácil, mas você consegue organizar em menos tempo certas situações, e uma delas foi que a gente levava muitos gols de cruzamentos. Levamos gols assim contra Sport e Grêmio, e com o trabalho isso foi corrigido. Acredito que é preciso dar continuidade ao trabalho, encontrar o perfil, deixar que os profissionais do clube façam avaliação para que o trabalho renda frutos no futuro.”

Fonte: Redação FogãoNET e GE

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