A capacidade de se adaptar às circunstâncias tem norteado o trabalho do técnico Eduardo Barroca, desde o retorno do Campeonato Brasileiro após a pausa para a Copa América. Em meio a lesões, dificuldades de contratar reforços, apuros financeiros e saídas de jogadores, o time perdeu a regularidade mostrada no início da competição. O treinador se vê obrigado a encontrar soluções caseiras e a fazer testes com as peças que tem à disposição. Para a partida contra o Internacional, neste sábado, o comandante alvinegro prometeu novidades, apesar de ainda mostrar dúvidas sobre a formação ideal.
– Vou fazer mais alguns ajustes hoje, mas a gente deve tramitar entre as três opções que treinei. Com o Diego Souza de meia, entrando com um centroavante. Uma segunda alternativa é a manutenção da equipe que pegou a Chapecoense. Uma terceira seria a entrada do Fernando para ter uma linha de quatro mais consistente, com Marcinho trabalhando um pouco mais à frente. Vou observar isso no treino – disse em coletiva na véspera da partida.
A crise financeira que ronda o clube já há algum tempo é a principal responsável pelas mudanças constantes no futebol. Para quitar dívidas, o Botafogo acaba por vender atletas promissores para fazer caixa. O lateral-esquerdo Jonathan, foi o último a deixar o clube nestas circunstâncias. Desde a chegada do treinador, em abril, nomes importantes no esquema tático da equipe deixaram General Severiano, além do lateral, como Kieza, Ferrareis, Erik e Biro Biro.
As lesões também tem sido dor de cabeça para Barroca e podem ser mais uma explicação para a queda de desempenho pós-Copa América. O zagueiro Joel Carli e o atacante Rodrigo Pimpão se viram às voltas com problemas físicos recentes e ficaram de fora de alguns jogos. Diante de um elenco enxuto, a solução tem sido recorrer às categorias de base. O Alvinegro é o clube da Série A que mais utilizou jogadores das divisões inferiores, com 13 pratas da casa já figurando nas escalações até agora.
Questionado sobre que setor mais necessita de reforços, Barroca não hesitou em dizer que o ataque é a área com mais deficiências no time. O comandante alvinegro, no entanto, confia na capacidade de encontrar alternativas e reforços caseiros, com o que tem à mão.
– Deixei muito claro depois do jogo com a Chapecoense que não foi o resultado que a gente gostaria, em nenhum momento ficamos satisfeitos com o empate em casa. O objetivo é levar o Botafogo ao máximo de pontos e ao principal nível que eu puder. Gostaria de fazer isso jogando sempre um bom futebol e sempre que possível utilizando os ativos do clube. Hoje a gente tem no elenco profissional 28 jogadores de linha e quatro goleiros. Dezesseis atletas formados na base, 50% do nosso elenco. Naturalmente conseguimos oportunizar esses jogadores – disse Barroca.
Sem vantagens
O Colorado vem para a partida de sábado, tentando se recuperar da eliminação para o Flamengo na Libertadores, em casa. O time gaúcho, no entanto, não tem o Brasileirão como prioridade absoluta, pois tem pela frente as semifinais da Copa do Brasil, contra o Cruzeiro, no meio da semana. Para a partida de sábado, o técnico Odair Hellmann deve escalar o time reserva. Barroca, no entanto, não vê nenhum destes fatores como vantagem para o duelo no Beira-Rio.
– Difícil afirmar qualquer coisa, porque o Internacional é muito forte, tem um elenco forte. Só quem está lá dentro pode falar que tipo de motivação eles terão para esse jogo. Algo que não controlamos. Prefiro focar toda a minha energia e atenções naquilo que posso desenvolver no meu grupo, melhorar, dar confiança aos jogadores para fazermos boa partida – disse Barroca.
Internacional e Botafogo se enfrentam, neste sábado, às 21h, na capital gaúcha. A partida válida pela 17ª rodada do Brasileirão é vista como crucial pelas duas equipes na perseguição pelo G-6. O Colorado é sétimo colocado, com 24 pontos e Alvinegro, nono, com 23.