O Botafogo não depende apenas dele para conseguir uma vaga na Taça Libertadores. Essa situação aumenta o desconforto interno e externo de uma equipe que passou 29 rodadas seguidas entre os quatro primeiros colocados do Campeonato Brasileiro, colocando em jogo não só essa classificação, que quebraria um jejum de 17 anos, mas todo um departamento, desde o presidente Maurício Assumpção até Seedorf, a estrela do time.
Na sua eleição para assumir a presidência em janeiro de 2009, o dentista Maurício Assumpção foi apontado como um nome de consenso, em condições de fazer o clube alçar voos mais altos. No entanto, houve quedas que custaram a não classificação para a Taça Libertadores, principal objetivo.
Assumpção está em seu segundo mandato e já não foi tratado como unanimidade, ainda que tenha vencido facilmente a eleição no fim de 2011. Vários pontos serviram para questionamentos de seu trabalho à frente do clube, inclusive sua ausência no velório de Nilton Santos por causa de uma viagem para a Suíça, onde teria uma reunião na Fifa.
A classificação para a Libertadores pode ser capaz de unir novamente o clube em torno de Assumpção. Seu ponto alto até o momento é a contratação de Seedorf, cumprindo a promessa de que contrataria um reforço capaz de fechar o aeroporto, o que aconteceu literalmente.
Justamente Seedorf também se vê envolvido na gangorra de sentimentos que vive o clube. O holandês era considerado intocável, mas no Brasileiro deste ano chegou a ser vaiado pelos torcedores. O fim da temporada pode significar até o encerramento de sua carreira como jogador caso o Botafogo não se classifique para a Libertadores.
Nos últimos dias, uma frase de um dirigente do Flamengo foi divulgada no blog Bastidores F.C., dizendo que Seedorf teria se oferecido ao clube. A empresária Deborah Martin negou veementemente. O holandês tem contrato com o Botafogo até junho do ano que vem, e seu plano é participar da Copa do Mundo de 2014 como comentarista.
Além de Seedorf, há uma série de jogadores que vivem a expectativa da ida ou não para a Libertadores. Bolívar, Edílson, Elias e Bruno Mendes terão contratos encerrados em dezembro. O compromisso de Renato vai até junho do ano que vem. Caso fique fora da competição, a chance de reformulação é grande no grupo, apostando cada vez mais em jogadores da base.
Na cabeça de toda a situação, está o técnico Oswaldo de Oliveira. Considerado nome certo para comandar o Santos no ano que vem, ele ainda não decidiu seu futuro e espera o fim do Brasileiro para isso. A Libertadores fará com que o Botafogo tente a sua permanência. Caso contrário, a aposta provavelmente será o auxiliar Eduardo Húngaro.
O futuro estará em jogo neste domingo, às 17h (de Brasília), contra o Criciúma, no Maracanã. Não basta ao Botafogo vencer. Precisa ainda de um tropeço do Goiás contra o Santos ou uma derrota do Atlético-PR para o Vasco. Caso termine em quarto lugar, secará a Ponte Preta na final da Copa Sul-Americana, contra o Lanús, da Argentina.