Coração na ponta da chuteira, nervos à flor da pele, adrenalina a mil. Mas a cabeça no lugar. Eis a receita para o Botafogo derrotar o Deportivo Quito por dois gols de diferença nesta quarta-feira, às 22h, no Maracanã, e conquistar a tão sonhada vaga na fase de grupos da Libertadores da América.
Afinal, não é exagero afirmar que o ano alvinegro foi planejado em função da competição continental, o que torna o duelo contra os equatorianos absolutamente fundamental para a temporada. Em caso de derrota, restará apenas o Carioca a um clube que pensa obsessivamente há anos na Libertadores. Ser eliminado depois de duas partidas, após uma ausência de 18 anos, seria frustrante e ocasionaria prejuízo financeiro.
Diante desse cenário , é importante que o lado psicológico esteja preparado para a pressão esperada de todos os lados. Principalmente das arquibancadas. Os botafoguenses compraram 35 mil ingressos até a noite da última terça-feira.
— A Libertadores deu mais visibilidade ao Botafogo. Existe muita expectativa por parte da torcida, dos dirigentes e dos investidores que chegaram ao clube. E ainda tem o desejo pessoal de vencer de cada jogador. É possível que exista um discurso para esconder o nervosismo e o medo, para que se mostre segurança, mas a pressão é inegável — analisou Rodrigo Acioli Moura, membro da diretoria do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-RJ).
Especialista na área esportiva, Moura cita em especial a importância de o time transformar a energia que virá da arquibancada em algo positivo, e não negativo.
— A torcida é, sem dúvida, fundamental. Não entra em campo, mas tem uma força espetacular tanto para derrubar o time quanto para levantar. Tem que usar essa pressão a favor, como fator de motivação — disse o psicólogo.