O drible “Baila comigo”, aplicado por Mendonça durante uma vitória por 3 a 1 sobre o Flamengo, nas quartas de final do Campeonato Brasileiro de 1981, eternizou o ex-meio-campista no imaginário dos botafoguenses. A morte do ídolo alvinegro, na manhã desta sexta-feira, sensibilizou o ex-lateral e atual comentarista do Grupo Globo Júnior, o outro protagonista ilustre do lance — foi ele quem sofreu o drible.
— A gente começou junto, praticamente. Ele no Botafogo, no juvenil, disputando o Campeonato de 1974 e depois subindo para o profissional. O Mendonça não teve muita sorte, porque a geração dele no Botafogo não foi das mais vencedoras — relembra o ex-jogador rubro-negro.
O lance marcante e a atuação no mesmo período levou a uma relação de amizade entre os dois jogadores, contemporâneos em uma época de auge da rivalidade estadual. A boa relação sempre gerou brincadeiras entre os dois, conforme Júnior revela:
— Levar um drible do Mendonça não é demérito algum, até pela qualidade que ele teve, jogador que chegou à seleção brasileira. Eu brincava sempre, ele me deu um drible e eu dei várias voltas olímpicas nesse período. Para mim, jamais foi um problema. Nossa relação era bem legal, ele tem uma filha que era minha fã. Volta e meia ele brincava, falava comigo.
O último encontro entre os dois foi em um elevador do Nilton Santos, após um jogo do Botafogo, há cerca de quatro meses. Para o comentarista, o alvinegro deixa a imagem de uma grande figura e um craque.
— Fica um carinho grande, principalmente pela figura que ele era. Toda vez que nos encontrávamos, era motivo de prazer e satisfação. E pelo craque que foi, não só no Botafogo, como no Palmeiras.