Lecaros brinca com ‘canetas’ que levou no início para exaltar ‘jogo bonito’ do Brasil e se vê evoluindo no Botafogo

Alexander Lecaros no treino do Botafogo no campo anexo do Estádio Nilton Santos
Vítor Silva/Botafogo

Sair de seu país e ir para outro que fala uma língua diferente com apenas 20 anos de idade não é tarefa fácil. Para o jovem Lecaros, a adaptação demorou um pouco a acontecer. Uma das apostas do Botafogo para a temporada, o peruano exaltou a qualidade técnica dos brasileiros e brincou sobre seu primeiro treino, em entrevista ao jornal “Líbero“.

– O futebol aqui é mais rápido e mais forte. No Peru o jogo é mais lento, te deixam jogar, acredito que essa seja a grande diferença. Aqui os jogadores são muito técnico, de fato existe aqui o “jogo bonito“. No meu primeiro treino, me deram umas cinco canetas – brincou Lecaros.

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O peruano teve sua primeira oportunidade num jogo oficial no último domingo, na goleada sobre a Cabofriense por 6 a 2 no Estádio Nilton Santos. Ele entrou no finalzinho e deu a assistência para o golaço do volante Caio Alexandre. Foi o primeiro jogo da equipe após a parada causada pela pandemia da Covid-19.

– Quando voltamos da parada, comecei bem e quase todos da comissão técnica me parabenizaram pelos treinos que vinha fazendo. É questão de ter paciência agora – disse Lecaros, que enumerou o que precisa melhorar:

– Pelo sistema de jogo, vi que eu poderia encaixar bem, porque ele (Paulo Autuori) quer que os extremos não voltem tanto para defender, e sim que cubram a linha de passe. Isso me ajuda bastante para não fazer tanto esse retorno defensivo e estar pronto para atacar. Aprendi a jogar como lateral-esquerdo em 2016 e creio que isso me ajuda também.

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Veja outros trechos da entrevista de Lecaros:

IDIOMA
“Agora já não é tanto problema, mas nos primeiros dias não sabia nem o que falar. Uma vez quando ia comer eles me falavam, me falavam, eu só respondia “sí”, “sí” para tudo e no final quando vinha o prato, não gostava de nada (risos). Comia só o que eu conhecia, tinha alguns alimentos estranhos. Agora consigo falar melhor, entendo quase que perfeitamente o português.”

ALIMENTAÇÃO
“Agora eu consigo me virar melhor. Antes era um desastre, juro. Não sabia o que fazer, nada. A assistente social me ajuda bastante, às vezes vem na minha casa com seu esposo e almoçamos juntos nós três. Comprei também um cachorrinho para não me sentir tão sozinho em casa, porque depois do treino não tenho nada para fazer e ele pelo menos me distrai. E também é uma responsabilidade.”

CORONAVÍRUS
“Quando chegamos ao treino eles medem a temperatura e fazem a desinfecção. No campo nós tiramos as máscaras, porque todos já fizemos os exames e alguns já se recuperaram também. Sempre me cuidei ao máximo.”

ELENCO JOVEM
“Dou-me bem com todos. Quase todos são da minha idade e nos damos muito bem. Alguns me convidam para ir para a casa deles e jantar, conhecer as família e isso me ajuda bastante para ganhar a confiança deles nos jogos e treinos.”

OBJETIVOS
“Agora é ganhar um lugar na equipe. Como te disse, é questão de paciência. A longo prazo, sempre sonhei em jogar na seleção, na Europa, e acredito que, ganhando a condição de titular aqui, quem sabe posso realizar.”

PRIMEIRO GOL
“Ainda não pensei como vai ser… Meu corpo sente que em algum jogo próximo vou fazer um gol e isso com a mesma calma de sempre. Não me preocupo tanto em pensar em fazer um gol.”

Fonte: Redação FogãoNET e Líbero (PER)

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