Eduardo Barroca chegou ao Botafogo já na segunda metade do Campeonato Brasileiro passado com o time afundado na zona de rebaixamento e sem perspectivas de reação. Em entrevista no quadro “Dividida” do jornalista Mauro Cezar Pereira, no canal UOL Esporte, o treinador – atualmente no Atlético-GO – relembrou aspectos daquela missão – que acabou malsucedida.
Em seu depoimento, Barroca deixou claro que a decisão de trocar o Vitória pelo Botafogo serviu como lição para ele nunca mais romper um vínculo para aceitar outra proposta.
– Foi a primeira vez na minha vida que eu rompi um trabalho, um compromisso com um clube por opção minha. Serviu de ensinamento que não devo fazer isso novamente. Mesmo nas dificuldades do Vitória, a experiência de ter rompido um compromisso com alguém que acreditou em mim, no meu trabalho, me trouxe esse aprendizado – disse Barroca, falando com muito carinho do Botafogo:
– Depois de alguns jogos no Vitória recebi uma ligação do presidente e das pessoas influentes do Botafogo me relatando que o time estava praticamente rebaixado e que tinha sido um pedido dos jogadores também para que eu fizesse o final do Brasileiro e reconstruísse algo para a temporada 2021. E aí serviu um grande ensinamento para mim. O Botafogo nunca vai ser um clube como outro qualquer. Foi a quarta vez que trabalhei lá, e o Botafogo é o meu clube matriz. Além do lado profissional, tem o sentimento pessoal, de gratidão, de respeito. Esse chamado me fez não pensar duas vezes em ir e tentar dar minha vida para tentar reverter um cenário extremamente adverso. As próprias pessoas da direção já acreditavam que era irreversível, mas queriam um final melhor para iniciar um ano melhor. E eu fui.
Eduardo Barroca acredita que o desnível técnico do elenco fui crucial para que o Botafogo não conseguisse evitar o rebaixamento, lembrando que muitos atletas daquele time-base estão atuando hoje na Série A, como Matheus Babi, Bruno Nazário, Marcelo Benevenuto, Victor Luis, Rafael Forster e José Welison. E outros acabaram negociados, casos de Caio Alexandre e Pedro Raul.
– O Botafogo teve cinco treinadores na temporada e três gestores. Se for pegar os principais jogadores do Botafogo, todos estão jogando na Série A ou foram vendidos. Mas enxerguei uma discrepância muito grande na competição interna, de alguns jogadores com os demais. Existia um abismo muito grande. Em nenhum momento faltou dedicação aos jogadores, mas acredito que chegou um momento que estava irreversível por tudo que eles tinham vivido ao longo da temporada – analisou.