A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) publicou nesta segunda-feira um parecer com orientações sobre normas para que as Sociedades Anônimas do Futebol (SAF) acessem o mercado de capitais. A iniciativa abre uma nova possibilidade para os clubes de futebol que viraram empresa.
A partir de agora, as SAFs que seguirem as orientações poderão captar recursos por meio de IPOs (oferta pública inicial de ações), debêntures-fut, crowdfunding de investimento, fundos de investimento e securitização.
Todas essas ferramentas podem ser utilizadas para executar planos de restruturação de dívidas e financiar projetos de investimento no âmbito da indústria do futebol, sendo de competência da CVM.
– A Lei da SAF permite trazer o futebol para o ambiente da empresarialidade, trazendo novas atividades e oportunidades para o esporte. O Brasil tem protagonismo indiscutível nesta seara e a estrutura do direito societário, do mercado de capitais e das finanças corporativas está preparada e de portas abertas para a indústria do futebol – afirmou João Pedro Nascimento, presidente da CVM.
Acionista majoritário da SAF do Botafogo, John Textor já deu algumas entrevistas planejando abrir o capital da Eagle Football na Bolsa de Valores dos Estados Unidos, por meio de IPO ou SPAC (companhias de propósito específico). Segundo ele, o futebol precisa ser “democratizado” no mercado.
– O futebol, em geral, é um cara comprando um time como troféu e comprando só para ganhar campeonatos. Tem que ser um modelo de crescimento que não seja apenas ano após ano de conquista de troféus competitivos. Então, acho que encontraremos uma forma de torná-lo mais divertido, levar os acionistas a gostar de possuir uma parte de uma empresa esportiva e também ainda ter as expectativas de qualquer investidor de Wall Street. Gostamos do modelo público – revelou Textor em entrevista ao site “Off The Pitch”, em junho de 2022.