Bruno Lage chegou há pouco tempo no Botafogo e já começa a colocar seu estilo no time. Para o comentarista Francisco Aiello, no programa “Redação SporTV”, já há mudança significativa, o que foi notado por ele na vitória alvinegra por 2 a 1 sobre o Guaraní-PAR, nesta quarta-feira, pela Copa Sul-Americana.
– Depois do gol, o Guaraní fez o que se esperava dele, baixou as linhas. O Botafogo foi para cima, faltava capacidade de quebrar essas linhas. Queria dar um destaque ao técnico Bruno Lage, porque vimos o Botafogo sob comando do Luís Castro sendo muito pragmático, não só na forma de jogar no início, como nas mexidas. Com Luís Castro sempre jogava no 4-3-3, não mudava a forma de jogar. As alterações eram Tiquinho Soares por Matheus Nascimento, Júnior Santos por Gustavo Sauer, Luis Henrique por Victor Sá. Já no jogo com o Coritiba, o Bruno Lage faz mudança com Sauer não pelo lado, mais por dentro com Eduardo – explicou.
– Ontem ele percebe necessidade de mexer, faz três trocas no intervalo. Hoje não é muito comum, os técnicos voltam com a mesma formação, entendem que o papo do intervalo é suficiente para mudar maneira de jogar. Costumam mexer com 15 minutos. O Bruno não. Ele foi de uma percepção espetacular, viu que não estava funcionando, precisava de jogadores para quebrar linha de marcação. Quando coloca Tiquinho e Matías Segovia, mais Philipe Sampaio por questão física ou clínica do Adryelson, o Botafogo muda por completo. Segovinha é um quebrador de linhas. Para quebrar a marcação, tem que ter o drible, que gera três possibilidades, passar, sofrer a falta ou perder a bola. Duas são positivas. Foi o que aconteceu, envolveu o Guaraní, fez golaço com Hugo e virou com o pênalti bem marcado no Júnior Santos e convertido pelo Tiquinho – adicionou Aiello.
Para o comentarista, a nova forma de jogar explica também o time estar levando mais gols.
– Acho que é uma mais proposta mais aberta, vemos pelo comportamento dos dois laterais. Estão mais agudos, mais presentes no campo do adversário. Acho que os dois laterais estão jogando mais no campo ofensivo, isso de certa maneira cria desequilíbrio na parte defensiva, exige mais do Tchê Tchê e do Marlon Freitas, que vem fazendo temporada excepcional. Começou o ano no banco, sem muitas oportunidades, esperou a oportunidade, quando entrou não saiu mais. Consegue preencher bem o meio, não só no combate, mas também na parte ofensiva. Tchê Tchê cresceu justamente pela presença do Marlon. Pode ser sim um time mais ofensivo com Bruno Lage, amassou Coritiba e Guaraní. Se tem proposta mais ofensiva, é natural que deixe zaga mais descoberta – encerrou.