O técnico Luís Castro não quis saber de poupar titulares e escalou Botafogo com força máxima para enfrentar o Universidad César Vallejo nesta quinta-feira, no Peru, pela Copa Sul-Americana-2023. O Fogão abriu 3 a 0, mas sofreu na segunda etapa depois de muitas mudanças. Para o comentarista Gian Oddi, da ESPN, a estratégia do treinador alvinegro foi correta.
– Ele fez muito bem em não poupar e depois em mudar quando estava 3 a 0. Independentemente do nível do adversário que pode enfrentar se for o segundo colocado (nos playoffs pré-oitavas), são dois jogos a mais. Acho que essa é a questão. Poupar na Sul-Americana pode depois te cobrar fisicamente muito mais do que se você não tivesse poupado agora – lembrou Oddi, destacando o regulamento.
No intervalo, Luís Castro fez logo três mudanças, trocando toda a dupla de zaga, e deu chances a jovens atletas que não vinham atuando com frequência, casos de JP Galvão e Raí. O Botafogo caiu de rendimento, sofreu dois gols e ainda levou uma bola na trave no último lance. O triunfo por 3 a 2, no entanto, foi o suficiente para deixá-lo na liderança do Grupo A.
– É compreensível contra um time inferior, com o placar de 3 a 0, fazer esse tipo de mudança. Ele viu o placar e percebeu que era o momento em que poderia fazer isso. Aí é aquela coisa positiva que acontece com o Botafogo em 2023. A frase “tem coisas que só acontecem com o Botafogo”, se fosse em outro momento aquela bola nos acréscimos teria entrado. O César Vallejo começou a criar mais oportunidades a partir do primeiro gol, mas no fim de tudo certo – disse Oddi, concluindo:
– Os técnicos do Brasil são obrigados a fazer o que fazem, que é rodar. Nesse caso, com 3 a 0, ninguém vai poder falar das substituições. Infelizmente chegamos a um ponto no nosso futebol que temos que entender quando o time tira um pouco o pé do acelerador. É o nível de exigência, todos os técnicos reclamam disso. Para times que estão em três competições não tem jeito, não podemos fazer uma análise técnica ignorando as questões físicas.