Danilo Caixeiro e Thairo Arruda, dois jovens brasileiros, foram fundamentais no processo que ligou John Textor à SAF do Botafogo. Hoje consultores do empresário americano, eles participaram do podcast “Dinheiro em Jogo”, do jornalista Rodrigo Capelo, no “GE”, e contaram detalhes do acerto.
Para começar, eles revelaram que o próprio John Textor impôs condições na busca por um clube brasileiro: ser da Série A, vender a maior parte das ações e permitir a implantação de um novo modelo de gestão. Coube à dupla encontrar o candidato ideal.
– É a diferença entre o papel do intermediário e do consultor. O intermediário leva várias opções, enquanto o consultor tem papel educacional, de trazer explicações de cada projeto, entender o que o comprador quer e levar o que mais se encaixa na necessidade. Entendemos muito bem o que ele queria, educamos sobre o mercado brasileiro, identificamos clubes disponíveis e quais seriam mais compatíveis com o projeto dele, culminando com o Botafogo. “É o maior clube do Brasil que você consegue”. Ele ficou entusiasmado e depois de um tempo comprou a ideia – afirmou Thairo Arruda.
– A questão de governança era eliminatória. Mudar gestão e assumir a gestão. Depois questão de potencial comercial, como torcida. Foi o que mais atraiu no Botafogo. Tem muita coisa para ser explorada, pode voltar a ser um gigante. Outros clubes disponíveis não tinham isso a oferecer – explicou Danilo Caixeiro.
Este último contou mais sobre as ambições de Textor.
– Ele quer fazer um grupo de clubes de uma maneira que nunca foi feita, composto por clubes de primeira linha onde for. Clubes históricos e de massa. Clubes de Premier League, Benfica, Botafogo. Com isso vai conseguir ter o retorno dele. Como especificamente vai ser feito não vamos entrar aqui. É algo único no mundo, que não existe, e maior que projetos já existem de outros clubes. Essa é a estratégia – acrescentou Danilo.
Em relação ao futebol, carro-chefe do clube, a ideia não é chegar de imediato com grandes contratações.
– É bom que o torcedor entenda e seja realista. Não vai tacar dinheiro no problema. Vai ser tudo feito com planejamento e boa gestão. A princípio a gestão ainda não está nas mãos do Textor, tem um processo burocrático para isso acontecer. Não vai ser a partir de amanhã que vão surgir contratações galáticas, isso vai vir com o tempo – contou Danilo.
– O torcedor pode esperar melhoria contínua, passo a passo, todo ano, a cada semestre, pequenas vitórias palpáveis até chegar realmente a glória. Em relação ao Botafogo, o torcedor pode esperar que resultado esportivo é consequência de planejamento e boa execução. Não pode colocar a carroça na frente dos bois. Primeiro você arruma a casa. Queria que o torcedor realmente comemorasse cada etapa vencida, como estrutura, academia para a base, são vitórias importantes para conseguirmos o resultado esportivo que queremos mais para a frente – acrescentou Thairo.
De acordo com a dupla, John Textor não é um investidor, é um empreendedor, com vários projetos bem sucedidos. Caberá a ele as diretrizes do grupo de clubes pelo mundo e da gestão do Botafogo, o qual almeja que seja o melhor destino para atletas de qualidade.