Sentiu. Um dos formuladores do texto da Lei da SAF, o advogado José Francisco Manssur reagiu às críticas feitas por John Textor pelo fato de a nova legislação não estar sendo cumprida e partiu para o ataque ao acionista majoritário do Botafogo.
Em texto publicado no Blog do Juca Kfouri, no “UOL”, Manssur afirmou que “todas as leis estão sujeitas e submetidas à interpretação do Judiciário” e não poupou críticas ao empresário americano.
“Até o momento, a gestão John Textor no Botafogo tem se mostrado muito ruim. Investimentos errados, comportamento infantil, decisões intempestivas, megalomania. O Botafogo tem tudo para ser uma SAF de enorme sucesso, mas parece ter recebido investimentos da pessoa errada“, escreveu Manssur, sugerindo até mesmo uma troca no comando da SAF alvinegra.
As críticas de John Textor também geraram reações de políticos que discutem a questão. Relator da Lei da SAF, o senador Carlos Portinho (PL-RJ) “sugeriu” que John Textor entrasse com um pedido de recuperação judicial para o Botafogo como alternativa.
“A SAF primeiro é uma mudança cultural. Para clubes e Justiça do Trabalho. Governança, gestão e responsabilidade para quitar dívidas. Quem não entendeu… E a recuperação judicial será sempre uma alternativa. Lá se negocia coletivamente diferente do RCE. Melhor alternativas do que impor“, rebateu Portinho.
O senador respondeu a um comentário do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ), que teve seu projeto de clube-empresa alterado e, assim como John Textor, também teceu críticas à Lei da SAF. Para ele, a atual legislação não garante segurança jurídica às partes.
“Criaram um modelo de reestruturação de passivo que não funciona. No meu, os modelos de reestruturação eram robustos e utilizavam instrumentos já conhecidos do mercado. Exatamente para trazer segurança jurídica para o mercado. Como por exemplo: ativo e passivo na SAF com os instrumentos da RJ e Quitação acelerada da dívida com desconto. Tudo isso gerido pelo privado e com os olhos e os bolsos dos investidores. Muito mais eficiente e responsável!“, escreveu Pedro Paulo, prevendo mais problemas e criticando o RCE:
“As decisões dos tribunais, na busca do cumprimento de suas decisões, em especial os trabalhistas, continuarão sem separar o Clube da SAF. O RCE tem cabeça de elefante e rabo de jacaré. Misturaram ato de concentração trabalhista com recuperação judicial. Como resultado, insegurança jurídica e afastamento dos investidores!“.