O jornalista Paulo Vinicius Coelho contou bastidores das conversas que teve com John Textor, acionista majoritário da SAF do Botafogo, sobre a troca de comando do Botafogo – Tiago Nunes está em vias de ser anunciado. De acordo com PVC, o empresário norte-americano quer jogar um pouco a responsabilidade para os jogadores nesta reta final de Campeonato Brasileiro.
– Conversei com o Textor na sexta-feira e no sábado. Ele pensa muito sobre responsabilizar os jogadores nesse momento. Ele não demitiu o Lucio Flavio, afastou-o da função de técnico principal. E responsabiliza os jogadores. Ele entende que os jogadores precisam saber lidar com a pressão e entender o que precisam fazer para o Botafogo ser campeão. Nesse cenário, foi decidido trazer um técnico com quem estava negociando e apressar essa chegada em 2023 – contou PVC no “De Primeira”, do “UOL Esporte”, nesta segunda-feira (13/11).
– Tem um ponto importante em relação ao Lucio Flavio, com todo respeito às críticas: o respeito pelo cidadão. O Lucio Flavio não conseguiu fazer um bom trabalho nesse momento na sua carreira. É um cidadão digno, é um vencedor, é uma pessoa que precisa ser respeitada e estou tomando todo cuidado em não colocar gente que pode andar na rua e achar que tem o direito de agredir alguém. Quem tem capacidade de ser ouvido precisa entender essa responsabilidade, no meu ponto de vista. O Lucio Flavio é um cidadão – pontuou.
PVC disse também que John Textor defende uma mudança de mentalidade no futebol brasileiro.
– O Textor tem uma série de ingredientes que às vezes fazem o parecer com o Eurico Miranda, como por exemplo estar na beira do campo falando que tinha ali corrupção. Mas, quando está de cabeça fria, tem falado coisas importantes, como: “É preciso reduzir essa pressão no futebol brasileiro”. O Luís Castro foi embora entre outros motivos porque entendia que quando perdia quatro jogos não podia sair na rua – disse PVC, que é contra a mudança de treinador em sequência:
– Outra coisa que eu ouço, e não foi do Textor, é que se o Bruno Lage não tivesse barrado o Tiquinho e os jogadores não quisessem tirá-lo a partir dali, se contornaria a crise, o time provavelmente não teria ficado cinco jogos sem vencer e estaria no caminho de ser campeão. Eu sou por princípio contra trocar técnico. Sei que às vezes é preciso mudar, mas a história conta que a chance de você conquistar com mudança de técnico é uma em quatro. No Brasil muda-se de técnico como se fosse remédio.