Além de criticar a demora nas discussões dos clubes pela unificação de uma liga no Brasil, John Textor também revelou preocupação com a necessidade de gerar mais receitas para o Botafogo. O empresário vai deixar a Libra e avisou que vai negociar os direitos de transmissão do clube de forma independente, e know-how para isso ele tem.
Em entrevista ao “GE” publicada neste sábado (10/6), Textor citou o exemplo da FuboTV, serviço de streaming do qual já foi sócio majoritário e que hoje transmite, por exemplo, a Premier League para o Canadá.
– Eu venho do mundo da distribuição de conteúdo impulsionada pela tecnologia. Você sabe que a razão pela qual consegui comprar este clube é por causa da FuboTV, e a tecnologia de parceiros que tenho à minha disposição. Tenho a melhor tecnologia disponível para a promoção do conteúdo ao redor do mundo. Gostaria de poder fazer isso, mas não posso esperar para sempre, porque fiz promessas, ao Botafogo e a mim mesmo. Ganhei muito dinheiro com tecnologia, televisão nos Estados Unidos e streaming de conteúdo acessível em todo o mundo. Falei sobre promover o produto do futebol brasileiro para o mundo. Quero divulgar a marca do Botafogo para o mundo, não consigo fazer isso apenas pelo Instagram. Tenho que ter total controle, comprometimento e investimento em minhas propriedades de mídia e acredito que deveria fazer isso com a Liga Brasileira. Queria o fim dessas briguinhas – disse Textor.
Acionista majoritário da SAF do Botafogo, Textor criticou as transmissões do futebol brasileiro nos Estados Unidos.
– No momento, o futebol brasileiro parece horrível se você assistir dos EUA. Um áudio muito ruim na multidão, o cara que está fazendo o comentário fala sobre o que ele comeu no almoço. O produto precisa ser melhor em todo o mundo. Eu venho de Hollywood, da realidade virtual, dos efeitos visuais, da animação, produção, da tecnologia e não pretendo ter todas as respostas… Mas acho que sei o suficiente para ajudar o Botafogo e sei o suficiente para servir de exemplo para os outros clubes – afirmou John Textor.
O empresário norte-americano reforçou a necessidade de mostrar o Botafogo para o mundo todo.
– Quero que a FuboTV seja vista em todos os lugares. Quero que todo torcedor possa acessar o conteúdo onde quer que esteja no mundo. Quero cada brasileiro que torça para outro time que está morando em algum lugar do mundo passe a torcer para o Botafogo porque somos as únicas pessoas que eles podem ver na TV. Quero exportar o lindo futebol brasileiro para o mundo. Da mesma forma que a Premier League trabalha e vende os jogos para fora do mundo, eu também vou fazer. Sim, eu vou. Eu sei como ganhar mais dinheiro do que o pessoal da Libra – disse Textor.
John Textor relevou ainda a proposta do Mubadala, fundo soberano dos Emirados Árabes, pelos direitos de transmissão da Libra:
– Adquiri a FuboTV no meio da pandemia da Covid, em 2020. Era uma empresa muito boa, mas estava com dificuldades financeiras porque os esportes haviam sido cancelados em todo o mundo. Na época em que saí da Fubo, apenas nove meses depois de comprar, era uma empresa de US$ 8,5 bilhões. Por isso não fico impressionado quando alguém aparece e diz que vai passar um cheque de R$ 1 bilhão para a Libra.