John Textor animou a torcida do Botafogo com sua intenção de retirar a pista de atletismo e aproximar mais as arquibancadas do gramado, para poder criar uma atmosfera melhor no Estádio Nilton Santos. No entanto, alguns pontos vão adiar esse projeto.
Em entrevista na live do FogãoNET no YouTube (assista abaixo) na última terça-feira (26/1), o acionista majoritário da SAF alvinegra citou a necessidade de conseguir mais shows para tornar o Niltão rentável e, assim, poder investir até R$ 400 milhões nas obras. Além disso, espera um contrato melhor, com uma concessão maior para poder aportar dinheiro.
– Esse tipo de investimento é da casa dos US$ 50 milhões (aproximadamente R$ 254 milhões) a US$ 80 milhões (R$ 407 milhões). Na verdade, precisamos ver vários espetáculos musicais, ter capacidade de trazer investimentos, fazer parceria com a Live Nation, com a AMG. A Live Nation tem uma parceria na França (com o Lyon) em que ela garante de 80 a 120 noites de shows por ano. Esse é o tipo de acordo, de fluxo que você precisa ter antes de investir US$ 80 milhões naquele estádio – afirmou Textor.
– Se conseguirmos um acordo para gerir o estádio por mais anos, remover a pista, aproximar as arquibancadas do campo, poderemos financiar mais melhorias estruturais e isso traria mais ganhos – completou.
A troca do piso do Estádio Nilton Santos para a grama sintética passa por essa necessidade de atrair shows. Textor contou que também não é fã do gramado sintético, mas reforçou a necessidade de transformar o Niltão num equipamento que também ajude a comunidade da Zona Norte e a cidade do Rio de Janeiro como um todo.
– É um pouco maluco para mim gerir a troca de um gramado de um estádio que não é meu, que não temos contrato ainda para tirar a pista de atletismo e configurá-lo num estádio de futebol. Fiz esse investimento porque confio no prefeito (Eduardo Paes), ele apertou minha mão e acredito que vamos entrar num acordo. Odeio a ideia de ir para uma grama artificial como um estádio de futebol, mas é a realidade. Para termos controle, faz sentido haver uma troca, que seja algo bom para a cidade, transformá-lo num projeto de desenvolvimento econômico em benefício da Zona Norte. Estou olhando também para as receitas, hoje o Rio não tem um equipamento para receber grandes shows, e vamos tornar o Nilton Santos um estádio de primeira classe para esses espetáculos. É um negócio rentável, que vai refletir em reforços e investimentos no futebol – garantiu Textor.