Análise: Botafogo resolve jogo com bola parada, alivia pressão com goleada, mas ainda há problemas a serem corrigidos

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Blog da Redação

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Elenco em Botafogo x Brasiliense | Copa do Brasil 2023
Reprodução/Amazon Prime Video

A “virada de chave” foi o lema da torcida alvinegra nos dias que antecederam o confronto com o Brasiliense. Na situação em que o Botafogo se colocou neste início de temporada, o jogo da segunda fase da Copa do Brasil ganhou importância maior que o esperado. Por isso, a goleada por 7 a 1 tem um significado especial e pode se tornar um ponto de inflexão na temporada. Apesar do placar elástico, a capacidade de pressão defensiva continua sendo um problema a ser corrigido antes das estreias no Campeonato Brasileiro e Copa Sul-Americana.

Para alcançar não apenas a classificação, mas também voltar a apresentar um bom desempenho a fim de recuperar a confiança da torcida, Luís Castro contou com novas peças e apresentou novidades na equipe. Fora desde outubro do ano passado, Eduardo voltou de lesão e foi logo escalado entre os titulares. Recém-contratado para suprir a carência da lateral-direita, Di Placido foi outra cara nova no time de 2023. O treinador ainda contou com o retorno de Marçal e Tiquinho.

Análise Botafogo x Brasiliense

A escolha por Danilo Barbosa ao lado de Tchê Tchê no meio-campo mostrou a intenção de Castro em buscar mais equilíbrio, com e sem a bola. O retorno de Eduardo trouxe de volta o jogador que melhor executa a função de procurar aproximação com o centroavante e de chegada na área para finalização. A confiança nesta habilidade do meia permitiu que o treinador optasse por um volante mais marcador e menos móvel para reforçar o sistema defensivo que vem sofrendo na transição, deixando a última linha exposta.

Sinais melhores de que as opções do treinador foram acertadas não poderiam haver. Logo aos seis minutos de jogo, em cobrança de falta de Marçal, Danilo Barbosa completou de cabeça para abrir o placar. O volante de 1,83m mostrou que pode reforçar também o jogo aéreo, tão importante para o Glorioso em 2022. Apenas três minutos depois, em nova bola parada saiu o segundo gol. “Latereio” de Marçal, desvio de Adryelson e gol de Eduardo. Depois de 143 dias afastado por lesão na coxa esquerda, o jogador não conteve as lágrimas após marcar.

O cenário desenhado nos primeiros dez minutos da partida foi o melhor possível para um time que chegou tão pressionado. Vantagem confortável para aliviar a pressão, controlar o adversário e conseguir a atuação segura tão desejada. Contudo, não foi isso que aconteceu. O Botafogo não encaixou a marcação, teve problemas para pressionar o portador da bola e viu o Brasiliense enfileirar chances de gol em lances muito parecidos. Os lançamentos machucaram a defesa alvinegra e o adversário não diminuiu a vantagem de imediato devido às limitações de seus jogadores e à fase iluminada de Lucas Perri.

Análise Botafogo x Brasiliense

O trio ofensivo do Alvinegro foi o destaque negativo do primeiro tempo. Carlos Alberto foi quem mais buscou o jogo, mas foi pouco produtivo. Lucas Piazon voltou a ter dificuldade para dar sequência nas jogadas ofensivas e Tiquinho esteve totalmente desconectado do jogo, perdendo todas as oito disputas de bola em que esteve envolvido. Com o dia ruim dos jogadores de frente, o Botafogo não conseguiu reter a posse de bola e viu o Brasiliense ter 58% da posse no primeiro tempo, melhor índice de acerto nos passes e mais finalizações (11 x 6). Em uma dessas finalizações, contando com a marcação frouxa, hesitante e um desvio na zaga, Yuri Mamute marcou o gol aos 41 minutos.

Mas ainda no primeiro tempo a bola aérea do Botafogo aplacou o drama em potencial. Aos 47, Marçal cobrou escanteio, o goleiro Sucuri saiu mal – já havia falhado no segundo gol – e foi antecipado por Adryelson. Ainda em busca de recuperar o bom futebol em 2023, Marçal participou diretamente dos três gols. E se a atuação da equipe não foi dominante, o resultado de 3 a 1 da etapa inicial mostrou um time competente para aproveitar as oportunidades criadas.

O Glorioso encaminhou de vez a classificação aos seis minutos da etapa final. E o caminho encontrado para chegar ao quarto gol não poderia ser diferente. Cobrança de falta de Piazon, gol de Cuesta. Em noite de ataque pouco inspirado, os defensores apareceram para resolver o problema. O gol sepultou as esperanças dos candangos e, enfim, tranquilizou o Botafogo no jogo. A equipe aproveitou o desânimo que abateu o adversário, melhorou o aproveitamento no passes e teve mais posse de bola no segundo tempo.

A etapa final reservou momentos dignos de destaque: Di Placido, que esteve mal na defesa e pouco apareceu no ataque no primeiro tempo, ganhou confiança e teve uma atuação sólida após o intervalo. Tiquinho também se recuperou e com mais espaço conseguiu participar do jogo. Já em clima de “final de pelada”, com o Brasiliense entregue em campo, o centroavante marcou três gols em jogadas de contra-ataque. O primeiro aos 31 minutos, o segundo aos 39 e o último aos 41. Substitutos, Gabriel Pires, Gustavo Sauer e Luis Henrique participaram dos lances dos gols de Tiquinho.

Análise Botafogo x Brasiliense

Pelas semifinais da Taça Rio, o Botafogo enfrenta a Portuguesa no próximo sábado (18), às 18h, no estádio Luso-Brasileiro. Além da oportunidade de reencontrar o bom futebol e o caminho do sucesso, a Taça Rio vale vaga para a Copa do Brasil de 2024.

Números do jogo: (Footstats)

Posse de bola – BOT 44% x 56% BRA
Passes certos – BOT 368 (91%) x 390 (92%) BRA
Finalizações – BOT 15 (11 no gol) x 19 (6) BRA
Desarmes – BOT 17 x 11 BRA
Interceptações – BOT 3 x 1 BRA
Rebatidas – BOT 22 x 27 BRA
Cruzamentos – BOT 7/25 (28%) x 4/19 (21%) BRA
Lançamentos – BOT 10/27 (37%) x 13/26 (50%) BRA
Viradas de jogo – BOT 2 x 6 BRA
Dribles – BOT 4 x 6 BRA
Perdas de posse de bola – BOT 28 x 27 BRA
Faltas – BOT 11 x 11 BRA
Cartões amarelos – BOT 0 x 1 BRA

Fonte: Redação FogãoNET

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