Análise: poucas ideias e muita bola na área; Botafogo supera péssima atuação e arranca classificação na Copa do Brasil

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Blog da Redação

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Elenco em Sergipe x Botafogo | Copa do Brasil 2023
Reprodução/SporTV

No sufoco! O Botafogo jogou mal, sofreu com a pressão do Sergipe, mas conseguiu o empate em 1 a 1 que valeu a classificação no último minuto. Em partida marcada por absoluta falta de ideias e organização no lado alvinegro, foi o jogo aéreo e uma pitada de sorte que evitaram um desastre. A falta de peças confiáveis para a montagem do time e para mudar o cenário com substituições deixou evidente o problema de montagem do elenco. O Glorioso avança para enfrentar o Brasiliense na próxima fase da Copa do Brasil.

As atenções estavam voltadas para Matheus Nascimento desde o apito inicial. Com a suspensão preventiva de Tiquinho Soares, o jovem ganhou nova oportunidade de mostrar serviço no comando do ataque. Foi pela Copa do Brasil, na vitória sobre o Ceilândia, que o atacante balançou as redes pela última vez com a camisa alvinegra, em maio de 2022. Lucas Fernandes e Carlos Alberto também ganharam lugar no time titular. Lucas foi opção por mais qualidade de passe e visão de jogo na criação em um confronto em que era esperado ter o controle da posse. Já a ideia de Castro com Carlos Alberto foi buscar mais velocidade e profundidade no lado direito do ataque, setor no qual Sauer e Piazon ainda não conseguiram entregar regularidade.

Com a obrigação de vencer para passar de fase, os donos da casa aproveitaram a energia da torcida para pressionar. Antes mesmo de completar o primeiro minuto de jogo, após falha de Adryelson, Lucas Perri precisou trabalhar para evitar o gol do Sergipe. O adversário procurou atacar as costas da última linha da defesa alvinegra, mas pecou no controle da linha do impedimento. Essa postura corajosa também ofereceu campo para o Botafogo jogar. Aos dois minutos, na primeira vez que o time conseguiu escapar da pressão e descer em velocidade pelo lado esquerdo, Carlos Alberto teve boa oportunidade, mas finalizou mascado em cima do goleiro Dida. O lance foi a exceção no primeiro tempo em que o time teve muita dificuldade na saída de bola e apostou muito nas bolas longas sem uma referência no ataque.

A partir dos 20 minutos, o Botafogo conseguiu reter a posse para amenizar a velocidade que o Sergipe tentava imprimir ao jogo. Ainda assim, em nenhum momento o ataque alvinegro deixou de ser previsível. Sem apoios pelas laterais e com pouca aproximação entre os jogadores, a troca de passes no meio-campo foi lenta e os jogadores precisaram forçar jogadas improváveis para chegar à área adversária. O time não conseguiu voltar a ameaçar o goleiro e terminou a primeira etapa com uma única finalização.

Rafael voltou ao time e mais uma vez teve um desempenho muito abaixo do esperado. Mal tecnicamente e superado com facilidade nos embates físicos e de velocidade, o lateral-direito foi o destaque negativo no péssimo primeiro tempo alvinegro. Rafael foi para o intervalo como o jogador em campo com mais passes errados (6), segundo alvinegro com mais perdas de posse de bola (9), nenhum cruzamento certo nas duas tentativas, ganhou apenas três dos oito duelos disputados e quatro faltas cometidas. Em uma delas, aos 46 minutos, derrubou de forma precipitada o adversário na entrada da área e na cobrança Augusto Potiguar abriu o placar.

As seis finalizações do Sergipe contra apenas uma do Botafogo nos 45 minutos iniciais retratam o que foi a primeira etapa. Enquanto o time da casa superou as limitações técnicas com rigor tático e muita vontade de vencer, o Glorioso foi uma equipe apática, sem ideia do que fazer com a bola para chegar ao gol. Lucas Perri foi o melhor jogador alvinegro em campo, evitando um desastre maior. E se estava ruim no primeiro tempo, a etapa final começou exatamente da mesma maneira. Perri voltou a salvar o time com duas boas defesas nos minutos iniciais.

Aos dez minutos, com o time técnica e mentalmente dominado em campo, Castro fez três substituições. Entraram Marlon Freitas, Gustavo Sauer e Lucas Piazon nas vagas de Rafael, Gabriel Pires e Carlos Alberto. Com as mudanças, Victor Sá foi para a lateral-direita, Sauer para a ponta direita e Piazon na esquerda. Precisando de gol para alcançar a classificação, o Botafogo não tinha um atacante no banco para colocar em campo e tentar uma pressão. Falta de atacantes no elenco, sem laterais-direitos confiáveis, pontas que se revezam sem justificar a titularidade. Reflexos de um planejamento ruim que já cobra o seu preço na temporada.

Entraram ainda Danilo e Luis Henrique nos lugares de Tchê Tchê e Lucas Fernandes. O Botafogo passou a jogar em um 3-2-4-1, com Marçal como terceiro zagueiro. Com muitos meias sem características de chegada na área, faltou companhia para Matheus no ataque. O atacante teve chance de empatar o jogo aos 25 minutos, mas não conseguiu a melhor finalização.

Com a queda no ritmo de jogo no Sergipe, o Botafogo conseguiu encontrar espaços para cruzar a bola na área, a única alternativa ofensiva do time. Ainda assim, a equipe dependeu de bolas paradas para que Adryelson e Cuesta, as melhores opções no jogo aéreo, chegassem na área. Foram 24 cruzamentos no segundo tempo. No 24º, o que já parecia impossível aconteceu e Adryelson conseguiu o empate. Gol que garantiu a classificação, mas não escondem o péssimo desempenho do time durante todo o jogo.

O Botafogo volta a campo no próximo domingo (5), às 16h, contra o Resende em Cariacica. Enquanto o Glorioso busca a vitória para voltar a zona de classificação para as semifinais, o time do sul do estado venceu uma única partida do campeonato.

Números do jogo: (Footstats)

Posse de bola – SER 39% x 61% BOT
Passes certos – SER 153 (80%) x 383 (90%) BOT
Finalizações – SER 11 (6 no gol) x 12 (5) BOT
Cruzamentos – SER 1/19 (5%) x 3/28 (11%) BOT
Lançamentos – SER 11/31 (35%) x 17/44 (39%) BOT
Desarmes – SER 13 x 13 BOT
Interceptações – SER 4 x 1 BOT
Rebatidas – SER 42 x 37 BOT
Dribles – SER 1/2 (50%) x 6/8 (75%) BOT
Perdas de posse de bola – SER 27 x 20 BOT
Faltas – SER 16 x 21 BOT
Cartões amarelos – SER 2 x 1 BOT

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