A seleção natural no Botafogo: é hora de abrir mão de jogadores que não se adaptaram?

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Gustavo Sauer e Gabriel Pires em Botafogo x Madureira | Campeonato Carioca 2023
Vítor Silva/Botafogo

Por meio do Blog do Gentile”, aqui do FogãoNET, ficamos sabendo de uma movimentação do Botafogo no sentido de aliviar a sua folha salarial para trazer novos jogadores. Já faz um tempo que venho comparando essa adequação de elenco à famosa “Teoria da Evolução”, teoria essa, formulada pelo célebre naturalista, geólogo e biólogo britânico Charles Darwin.

Não se preocupe, não darei palestrinha sobre biologia aqui, mas creio ser útil relembrar que segundo Darwin, os seres vivos, a todo tempo, estariam lutando para sobreviver no meio ambiente, e o meio seria responsável por selecionar aquele mais apto a sobreviver nele. Pois bem, na minha opinião, o mesmo acontece em um time de futebol.

Em algum momento teremos que abrir mão dos jogadores que ainda não se adaptaram, mas será que esse momento chegou? Na minha opinião, ainda não, ou pelo menos, não integralmente.

Vejamos mais detalhadamente o caso do Gustavo Sauer. Esse jogador chegou ao Botafogo credenciado por uma temporada (21/22) de real destaque em Portugal, tendo marcado seis gols e dado seis assistências ao longo de 26 jogos com a camisa do Boavista (dados do Sofascore). Na época da sua contratação, a nossa torcida se animou com os lances que viu nas redes sociais, com os números pessoais do jogador e também com o valor da transação, afinal, não era comum realizarmos uma contratação por vários milhões de reais.

A estreia do Sauer contra o Ceilândia foi animadora e nos deu a sensação de que teríamos em nosso lado direito um jogador realmente destacado, mas a sequência não foi animadora. Infelizmente Sauer se lesionou seriamente no tornozelo, e pouco tempo depois, ainda enfrentou uma infecção no mesmo local. Creio ser impossível fazermos uma avaliação do Sauer com a nossa camisa em 2022, infelizmente.

A temporada 2023 começou e todos pensamos a mesma coisa: enfim teremos o Sauer! É, não tem sido bem assim…

Luís Castro até começou o ano oportunizando o Sauer no Carioca, tendo o nosso camisa dez dado uma assistência (contra o Volta Redonda) e marcado um gol (contra o Madureira). Acontece que depois disso, só vimos o jogador no banco, entrando por poucos minutos e perdendo a posição para o, pra lá de contestado, Lucas Piazon.

Ficou claro então, que o Sauer não é uma prioridade para o Castro nesse início de temporada. Proponho aqui uma reflexão sobre essa situação: seria a vontade do treinador um motivo forte o bastante para abrir mão de um jogador com credencias tão positivas? Não creio. Precisamos saber se o Sauer tem poder de adaptação ao futebol brasileiro e por consequência, capacidade para garantir de maneira sólida uma vaga no time.

Como dizer que o Sauer não serve, se ele nunca recebeu uma sequência verdadeira quando estava disponível? Lembrando que quando falo em sequência, me refiro ao ato de continuar aproveitando o atleta mesmo se ele jogar seguidamente dois ou três jogos de maneira ruim. Alguns jogadores precisam enxergar no treinador alguém que vai lhe dar confiança, não alguém que o sacará do time na primeira oportunidade.

Sempre defendi e continuarei defendendo que cada caso seja analisado de maneira individual e muito criteriosa, pois nem todo jogador vai se adaptar de primeira em um ambiente novo. Precisamos ter jogadores testados em sua plenitude, pois somente assim as melhores decisões poderão ser tomadas.

Precisamos ver o Sauer verdadeiramente exposto ao ambiente do futebol brasileiro, aí sim poderemos sentar e conversar novamente sobre uma eventual liberação dele.

Fonte: Redação FogãoNET

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