Botafogo causa desespero financeiro e constrange parte da mídia

John Textor, Thiago Almada e Thairo Arruda no Botafogo
YouTube/Botafogo TV

Em alguns momentos penso que Botafogo tem algum poder, que não consegui identificar, que gera um certo incômodo em parte da mídia. Mas uma análise rápida nos permite verificar que nem é o Botafogo em si. Acho que isso surge sempre que algum clube fura a chamada bolha dos preferidos da grande mídia. Aqueles que defendem a “espanholização” do futebol brasileiro. O que temos visto nos últimos dias envolvendo as finanças do clube e sua atuação na janela de transferências é constrangedor. Algumas análises chegam a deixar evidente a raiva de algums setores com o crescimento botafoguense.

Mas isso não é de hoje. Aqui no Rio de Janeiro, por exemplo, tudo se fez para tratar Eurico Miranda como um demônio porque ele conseguiu fazer o Vasco quebrar a bolha nos anos 90. E olha que nem foi dele a ideia das papeletas amarelas. A relação do Fluminense com a Unimed sempre foi desrespeitada pelos jornalistas. Na época faziam previsões catastróficas quando a parceria chegasse ao fim. Além disso agora é o Botafogo, que já sofreu com isso nos tempos de Pepsi, que vai sofrendo com o sucesso de John Textor.

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Na época da Pepsi vi jornalistas falando que a empresa dos Estados Unidos deveria ter levado em conta tamanho de torcida, mesmo com seus executivos vibrando com os números e com a conquista do Brasileirão de 1995. Mas como assim? Agora Textor é o cara que transformou o Botafogo em um satélite do Lyon e de repente vimos até se falar em fair play financeiro.

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Como assim um campeão mundial no Botafogo?

John Textor no CT Lonier, do Botafogo
John Textor no CT Lonier, do Botafogo

Nos últimos anos se tornou engraçado falar que o Botafogo ia perder jogadores por falta de pagamento, que o Vasco não tinha dinheiro para a conta de luz e por aí vai. Mas ninguém discutia o abismo das cotas de televisão. Era interessante espanholizar o futebol. Só esqueceram que lá Real Madrid e Barcelona jogam contra Bayern de Munique, PSG, Juventus e outros. Aqui os rivais são Bolívar, Colo-Colo e Caracas. Esse erro estratégico atrasou o processo de transformar algumas grandes marcas do futebol no que hoje viraram Bangu e America, por exemplo. Além disso, alguns clubes são gigantes e jamais acabariam, como é o caso do Botafogo, com uma história muito maior do que alguns dos queridinhos.

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Como assim o Thiago Almada no Botafogo? Como assim o Botafogo vai ter campeão mundial no elenco e o meu time não? Quem esse tal de Textor pensa que é? Caramba, o Luiz Henrique não ia embora agora para o Lyon? Isso está dando muita confusão.

O Botafogo encontrou seu caminho e hoje parte da imprensa entra em desespero. Não sabem se tentam menosprezar falando que é um satélite do Lyon e até pedindo asteriscos nos valores das transações ou se lutam para impedir que o Botafogo gaste mais dinheiro no mercado. Olha que nos próximos dias é capaz de ter gente pedindo a prisão do Textor e bloqueio de suas ações no Brasil. Em nome do bom futebol. Afinal aqui, pelo visto, o mocinho não pode ganhar no final. Só rindo mesmo.

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