Apesar do futebol se modernizar e tentar se profissionalizar com a transformação dos clubes em empresas, vejo que alguns colegas continuam se prendendo ao resultado de campo para ditar seus pensamentos e críticas. Assim ao longo dos últimos dias, com o Vasco tendo vencido dois clássicos, encontramos um cenário em que o modelo de SAF dos vascaínos é muito melhor do que o modelo do Botafogo. Acredito que neste momento qualquer julgamento é precoce e temos que ter calma nas análises.
Lembro que em 2021, com Botafogo e Vasco na Série B, o ano começou com boa parte da imprensa dizendo que os vascaínos subiriam e que os botafoguenses corriam sérios riscos de rebaixamento para a Série C. Isso sem sequer analisar o conjunto todo do torneio, que envolvia outros 18 times. Quando o Vasco fez 3 a 1 no Flamengo e o Botafogo foi eliminado pelo ABC na Copa do Brasil chegamos ao auge dessa análise. Léo Jabá, Morato e outros seriam os craques do ano. Que a estratégia do Botafogo de contratar para a Série B ia custar caro. Ouvimos isso tudo.
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Pois bem, veio a Série B. O que vimos foi o Botafogo subindo e o Vasco amargando mais um ano na Série B, inclusive com o Alvinegro ganhando os dois confrontos diretos. O último, por sinal, um sonoro 4 a 0 em São Januário.
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O objetivo desta comparação não é provocar o Vasco, que está longe de ser nosso rival mais antipático. Mas de mostrar que as análises muitas vezes levam em consideração o calor do momento. E isso sim pode custar caro.
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Tudo tem seu tempo

O Vasco iniciou seu processo agora, com toda a empolgação que John Textor viu em sua chegada. Percebo alguns pontos positivos lá, como vejo no Botafogo também. Além disso os problemas que a direção botafoguense passou a perceber também baterão na porta de São Januário.
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Longe de mim dizer que o Botafogo está um mar de rosas. Ontem mesmo escrevi sobre o trabalho de Luís Castro e minha preocupação. Mas daí dizer que a SAF é o grande problema do clube e que teríamos o time que temos hoje sem a SAF é um pouco demais.
Acredito que muitos concordam que é preciso mais reforços, que Castro precisa evoluir ou sair do barco e que o clube tem problemas. O Botafogo está muito, mas muito longe mesmo daquilo que seu torcedor deseja. Temos e devemos criticar sim. Mas sem nos levarmos apenas pelo momento. O perigo mora aí.