Li muito atento ao belo material produzido pelo amigo Carlos Eduardo Sangenetto no Boletim do C.E entrevistando o presidente Nelson Mufarrej. O dirigente analisa os técnicos de sua gestão. E ao ser abordado sobre Marcos Paquetá ele não pensou duas vezes em afirmar: “Foi uma decisão lamentável. Um erro muito grande.”. De fato. Se o erro foi percebido pela torcida no momento da escolha, os impactos daquela decisão foram sentidos ao fim da temporada. Os quatro jogos que ele comandou o time no Campeonato Brasileiro de 2018 (teve 1 na Copa Sul-Americana) custaram a classificação para a Libertadores. A vaga quase veio com a arrancada dada sob o comando de Zé Ricardo.

Se voltasse a jogar a Libertadores em 2019, o Botafogo poderia ter boa parte de seus problemas financeiros amenizados e estar em melhor situação. Isso mostra o impacto que uma escolha errada gera.
O fato curioso daquela situação é que Marcos Paquetá foi quase que obra do acaso. A total falta de opção. O Botafogo já queria naquele momento a volta de Eduardo Barroca, que teve o retorno confirmado um ano depois, em 2019.
– Ligamos para o Eduardo Barroca. Chegamos inclusive a trabalhar no sentido de trazer o Lucio Flavio para ser o braço direito do Barroca. O movimento foi todo feito, mas o Barroca não quis vir no meio do ano, com o trabalho em andamento – revelou um influente dirigente que tratou de parte da negociação.
Obra do destino?
O destino ajudou na escolha.
– Quando apresentamos o Paquetá para o presidente veio uma situação que uma das pessoas do staff dele tinha sido campeão pelo Botafogo. Se não me engano da Copa Conmebol. O Botafogo é ligado a tradição e até isso contribuiu. Mas foi um grande erro. Entretanto, depois acertamos com o Zé Ricardo – recordou o mesmo dirigente.
Mufarrej e o departamento de futebol do Botafogo tiveram a sensatez e humildade de reconhecerem o erro. O mesmo custou caro. Entretanto ficou no passado e o Botafogo precisa olhar para frente. Mas a situação entra para o folclore do clube.