A morte de Marinho Peres na segunda-feira fez a torcida do Botafogo se lembrar da curta passagem do treinador pelo Alvinegro. Foram apenas quatro meses. A maior parte do tempo marcou uma época conturbada. Mas guarda um pouco de semelhanças com Bruno Lage. Aliás, se a melhor maneira de construir um bom futuro é conhecendo o passado e entendendo o presente, o português pode se inspirar em Marinho Peres, pois vai dar certo.
Assim como Bruno Lage, Marinho Peres sofreu com as comparações com o antecessor. Se a arrancada histórica de Luís Castro no Brasileirão recai como um fardo nas costas de Bruno Lage, Marinho Peres teve que conviver com o fantasma de Paulo Autuori, que deixou o clube poucos dias depois do título do Brasileirão de 1995 por conta de uma proposta de Portugal.
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Marinho Peres assumiu com a missão de manter o trabalho. Seu maior mérito, e aí a parte que pode servir de espelho para Bruno Lage, foi entender que não precisava mudar nada. A maior parte do time estava acostumada ao estilo de Paulo Autuori. Deu tão certo no começo que o Botafogo conquistou a Taça Cidade Maravilhosa, um pequeno Campeonato Carioca disputado apenas por times da capital no sistema de pontos corridos. E foi de forma arrasadora. O Alvinegro ganhou os seis primeiros jogos, sendo campeão por antecipação. A taça foi entregue em um 2 a 2 com o Flamengo na rodada final.
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Marinho Peres foi campeão
Marinho Peres sabia que não poderia manter aquele estilo sempre. Mas em um primeiro momento seria fundamental para a conquista daquele título. Aliás, troféu este que a Ferj poderia apoveitar a morte de Marinho Peres para considerar um título carioca. Já que temos até campeões duas vezes em um mesmo ano aqui no Rio de Janeiro. Seria justo.
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Depois do torneio Marinho Peres se viu obrigado a começar a mexer um pouco no jeito de jogar do time. Bentinho, contratado para a vaga de Donizete, tinha características diferentes do Pantera. Uidemar não marcava como Leandro Ávila. O clube não encontrou um bom substituto para Sérgio Manoel, que tinha aceitado proposta do Japão. Aos poucos o time campeão foi passando por uma transformação e Marinho acabou saindo apenas quatro meses depois de assumir. Mas foi campeão pelo Botafogo. Meta que Bruno Lage com certeza vai perseguir. E tem tudo para conseguir. Basta não inventar como fez contra o Flamengo. Mas ele parece ter aprendido e tudo indica que o Botafogo seguirá forte rumo ao caneco.
