Tenho acompanhado com atenção a cobertura dada por parte da mídia ao Botafogo nos últimos dias e observo de alguns veículos, não de todos claro, quase que um êxtase coletivo por conta das duas derrotas seguidas na temporada. Fica a sensação de que se estava esperando este momento com ansiedade. Algo na linha: “Finalmente esses caras deram brecha para nós”. Está ficando feio.
Até o jogo contra o Bahia boa parte da mídia trabalhava com teorias de como Palmeiras, Flamengo, Fluminense e outros poderiam encostar no Botafogo, líder do Campeonato Brasileiro. Cheguei a escrever aqui que teve momentos em que alguns concorrentes estavam mais perto da zona de rebaixamento do que do Botafogo, mas mesmo assim a imprensa falava em luta pelo título.
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Ainda quando o time estava na série invicta nunca vi brotar do nada tanto vidente para dizer que o Botafogo não vai ser campeão. Teve veículo que nunca deu espaço a este tipo de conteúdo escutando sensitivos para cravar que não dava para o Botafogo. Alguns deles inclusive nunca tinha ouvido falar.
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Quando Tiquinho Soares se lesionou e o clube contrato Diego Costa o discurso foi na linha: “estragaram o elenco”. Boatos de que ele iria tumultuar o ambiente começaram a pipocar de todo lado. Mas até aqui, nada. Muito pelo contrário, no banco de reservas contra o Flamengo, ele não parava de elogiar Tiquinho para os colegas.
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Elenco do Botafogo é maduro
Ontem vi o vice-presidente geral do Botafogo, Vinicius Assumpção, fazer um desabafo: “Vejo parcela da imprensa tentando criar uma instabilidade que não existe. Vivemos um momento excepcional, com estádio lotado, apenas três derrotas e 16 vitórias, em 22 jogos. O melhor ataque e defesa, aproveitamento de 77%, uma campanha sensacional. Posso afirmar que estamos mais fortes que nunca, todo elenco unido e focado. Continuamos a caminhada em busca dos nossos objetivos, sempre com apoio desta torcida maravilhosa, que a cada jogo é um show à parte. Vai ser contra tudo e contra todos! Vamos juntos!”. Está errado?
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É preciso entender de uma vez por todas que o Botafogo chegou a um nível de gestão e organização que não vai ser qualquer coisa que vai abalar emocionalmente o clube e o elenco. Um olhar com mais atenção no grupo vai notar que nomes como Lucas Perri, Adryelson, Víctor Cuesta, Marçal, Tchê Tchê, Marlon Freitas, Eduardo, Tiquinho Soares e Diego Costa, por exemplo, não vão ficar abalados por qualquer besteira. Muito menos porque estão duvidando deles por conta de uma derrota em um clássico que teve grande participação da arbitragem e que o time não foi mal. Apenas cometeu erros de marcação.
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Então só posso dizer que está ficando feio. Mas sei que dificilmente vai se mudar porque o clubismo toma conta de parte da mídia tradicional. Alguns profissionais deveriam ter a coragem de migrar para a mídia voltada para seu clube de coração e deixar de vestir uma falsa fantasia de imparcialidade. Vão ser mais felizes. Sei do que estou falando. Em tempo, quando achei que tinha chegado ao fim, acordo com a notícia de que o Botafogo virou um clube com tendências nazistas. Tenha santa paciência.
