A Copa do Mundo começou, já está para acabar, e a situação financeira do Botafogo segue a mesma. Com dois meses de salários atrasados e cinco de direitos de imagem, os jogadores já não escondem a insatisfação com a situação e até forçaram o cancelamento do amistoso que estava marcado para esta quinta-feira, contra o homônimo da Paraíba, em João Pessoa. O clube, que prefere não revelar a razão pela qual o time não viajou, espera hoje uma ajuda do Sindicato de Empregados de Clubes (Sindeclubes) para tentar amenizar a crise.
O órgão conseguiu, com ajuda da Justiça, o desbloqueio de R$ 2,5 milhões de direitos de transmissão para pagar, pelo terceiro mês seguido, parte dos salários de jogadores e funcionários. Os cheques já estão assinados, e aguardam o depósito em juízo para serem entregues. Isso deverá ocorrer ainda nesta quinta ou segunda-feira, já que sexta é feriado. Apesar da boa notícia, o que está causando a revolta do grupo é o atraso excessivo no pagamento dos direitos de imagem, que o clube ainda não tem como solucionar.
Os jogadores foram treinar na última quarta pela manhã no Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), na Penha. Mas diante do descontentamento, a atividade, fechada para a imprensa, não teria chegado ao fim. Antes da Copa, alguns treinos tiveram o início retardado em protesto contra o atraso de salários. Fontes próximas ao presidente Maurício Assumpção afirmam que o dirigente compreende a nova revolta, já que alguns prazos para o acerto foram dados, mas jamais cumpridos devido ao bloqueio de verbas.
Apesar do clima tenso, os jogadores não pensam em deixar o clube. Mas admitem que a falta de pagamento pode chegar ao ponto de prejudicar o ambiente de trabalho.
O Botafogo ainda não se pronunciou oficialmente sobre o cancelamento do amistoso, tampouco sobre a suposta interrupção do treino de ontem. Procurado pelo Jogo Extra, o vice de futebol Chico Fonseca afirmou desconhecer esse cenário.