Um Seedorf envolvente, em quase todos os setores do campo, garçom e marcando gol. Um Bruno Mendes com estrela, que entrou no segundo tempo e balançou a rede duas vezes num espaço de quatro minutos . Some-se a isso a velocidade, determinação, vontade… Sim, o Botafogo fez as pazes com sua torcida, que pedia mais empenho na busca pelo G-4. A goleada por 4 a 0 sobre o Atlético-PR, neste sábado à noite, no Maracanã – o primeiro gol da partida foi de Elias -, não só deixou o clube novamente entre os quatro primeiros no Brasileirão como devolveu a confiança na relação com os alvinegros.
Agora, o Alvinegro, provisoriamente em terceiro lugar na tabela, com 57 pontos ganhos, torcerá por tropeço do Grêmio, que enfrentará o Flamengo, no Sul, ou do Goiás, que receberá o Internacional no Serra Dourada. O Atlético-PR, que dorme na vice-liderança, com 58 pontos, também secará o Tricolor Gaúcho e o Esmeraldino para permanecer na posição.
Na próxima rodada, o Botafogo enfrentará o São Paulo, domingo, no Morumbi. Depois, vai ao Durival de Brito encarar o Coritiba e encerra o Brasileirão no Rio, contra o Criciúma. O Furacão, que quarta-feira recebe o Flamengo na primeira partida da final da Copa do Brasil, enfrentará pelo Brasileirão o Náutico, domingo, em casa. Depois, vai à Vila Belmiro pegar o Santos e faz a despedida da competição em casa, contra o Vasco.
Bota e Seedorf dominam
Um Botafogo veloz e arrasador. Essa era a forma de fazer as pazes com a torcida. Essa era a estratégia para tomar a iniciativa do jogo contra uma equipe rápida como o Furacão. E sair do primeiro tempo com vantagem. Com Hyuri aberto pela direita e um Seedorf bem mais ligado e procurando tocar de primeira, essa arma se tornou a principal da equipe. Logo no começo, o meia lançou o atacante… Mas faltou força no chute cruzado.
O Atlético-PR deixava claro que, pelo menos neste sábado, tentaria decidir nos contra-ataques. E com a torcida apoiando a equipe, o time alvinegro procurou jogar bem adiantado. Os meias, principalmente Seedort e Renato, municiavam bem Edilson e Hyuri, pela direita, e Julio César e Rafael Marques, pela esquerda. Hyuri, novamente ele, perdeu chance sozinho. Depois, foi a vez de Renato mandar pelo alto, com perigo. Era questão de tempo para o gol sair. E de usar bem a cabeça. Principalmente contra uma zaga boa na jogada aérea. O jeito era confundir. E o primeiro gol saiu de bom passe de Renato pela esquerda, passando pelo toque de cabeça inteligente de Seedorf e o peixinho de Elias: gol bastante comemorado pela torcida e pelo time.
A pressão só aumentou. O Atlético-PR, que até procurava a boa jogada de Marcelo e Ederson, esbarrou na marcação alvinegra. Enquanto isso, Seedorf mandava na partida. Pela direita, foi novamente um eficiente garçom ao servir Rafael Marques, que explodiu o travessão. Dois, mas dois minutos depois, a defesa do Furacão se confundiu: Luiz Alberto, Juninho e Bruno Silva se enrolaram. A bola sobrou para Hyuri, que rolou para o craque holandês mandar para a rede, aos 36 minutos e ampliar a vantagem. Euforia alvinegra, irritação no banco do rubro-negro do Paraná. O técnico Vágner Mancini se irritou com a apatia do time. Agora, o jeito era esperar mudança no segundo tempo.
Estrela de Bruno Mendes
O treinador do Furacão mexeu na equipe para o segundo tempo. Tirou Fran Mérida, que não substituiu à altura o poupado Paulo Baier, para pôr De la Torre. O time deu uma melhorada. E na bola parada deu o chute mais perigoso até então, com Ederson cobrando falta com perigo, para fora.
Bem anulado no primeiro tempo, Everton arrumava espaço para jogar. Já parecia o Atlético-PR que ocupou a vice-liderança do Brasileiro e chegou à final da Copa do Brasil. O time estava mais rápido e interessado no jogo a partir dos 10 minutos, quando Marcelo, tal qual um Usain Bolt, ganhou de Julio Cesar numa velocidade espantossa e só não completou a jogada porque sofreu falta. Mas o Alvinegro também tinha seu homem veloz: Hyuri deu belo drible da vaca e levou Manoel na conversa e na corrida. Mas bateu pelo alto.
Elias, contundido, pediu para sair no Botafogo. Bruno Mendes entrou. Ederson, artilheiro do Brasileiro, mal no jogo, acabou sacado. Roger o substituiu. O Furacão subia e deixava espaços. Bruno Mendes entrou bem na partida e mandou uma bomba, que Weverton salvou. Depois, Rafael Marques mandou outra na trave. A coisa piorou para o Furacão quando o lateral Léo perdeu a cabeça e, num espaço de dois minutos, levou o cartão amarelo e depois o vermelho ao dar tapa em Seedorf e uma cotovelada em Rafael Marques. O holandês, já pela esquerda, resolveu fazer a festa. Bruno Mendes também. Marcou o terceiro, aos 32, ao receber “passe” esquisito de Bolívar. E o quarto, aos 36, após centro de Lima, que entrara na partida no lugar de Julio Cesar. Bolívar ainda acabou expulso, mas nada deixaria o torcedor alvinegro menos feliz no Maracanã. E o Furacão não tinha mais nada a fazer. Pelo menos até quarta-feira, é pensar só na Copa do Brasil.
FICHA TÉCNICA
BOTAFOGO 4X0 ATLÉTICO-PR
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data-Hora: 16/11/2013 – 19h30 (de Brasília)
Árbitro: Wilson Luiz Seneme (SP) (Fifa)
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho (SP) (Fifa) e Bruno Salgado Rizo (SP)
Público/Renda: 10.924 pagantes / R$ 252.940,00
Cartões Amarelos: Bolívar (BOT) e Bruno Silva, Léo (CAP)
Cartões Vermelhos: Bolívar (BOT) e Léo (CAP)
Gols: Eilas (27’/1ºT), Seedorf (36’/1ºT), Bruno Mendes (32’/2ºT e 37’/2ºT)
BOTAFOGO: Jefferson, Edilson, Bolívar, Dória e Julio Cesar (Lima, 35’/2ºT); Gabriel, Renato, Hyuri (Octávio, 38’/2ºT), Seedorf e Rafael Marques; Elias (Bruno Mendes, 20’/2ºT). Técnico: Oswaldo de Oliveira.
ATLÉTICO-PR: Weverton, Léo, Manoel, Luiz Alberto e Juninho; Bruno Silva, João Paulo, Fran Mérida (Dellatorre, Intervalo) e Everton; Ederson (Roger, 20’/2°T) e Marcelo (Jonas, 34’/2ºT). Técnico: Vagner Mancini.