VEXAME! COM UM A MAIS, BOTAFOGO PERDE PRO GRÊMIO

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Por FogãoNET

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Um jogo tenso, disputado, com direito a expulsão, vaias ao astro Seedorf e o técnico do Botafogo, Oswaldo de Oliveira, dando susto no fim, ao passar mal com dores no peito e precisar até de desfibrilador para ser atendido. O Botafogo x Grêmio deste sábado, no Maracanã, com renda de R$ 356.995,00, com 10.959 pagantes e 14.418 presentes, não teve como maior virtude a beleza. Mas, pelo intenso suor, parecia disputa pela liderança do Brasileiro, e não pelo segundo lugar, em poder da equipe gaúcha. Começando a partida a 11 pontos do líder Cruzeiro, foi justamente o Tricolor o vitorioso na abertura da 26ª rodada. Não importa se no segundo tempo os bicos para a frente soavam como um mantra e o gramado já dava sinais de desgaste. Com um a  menos desde os 29 minutos do primeiro tempo – Kleber, mais uma vez ele, foi para o chuveiro mais cedo -, sobraram ao time de Renato Gaúcho garra, eficiência tática e conjunto, com a defesa dando poucos espaços.

A vitória com a marca da equipe gaúcha e o belo gol de Alex Telles, aos 37 minutos da primeira etapa, fez o Grêmio abrir mais a frente pelo segundo lugar na tabela, com 48 pontos, e mostrar que segue na competição à espera de tropeços do líder, agora oito pontos à frente. Pior para o Botafogo, há seis rodadas sem obter um triunfo, estacionado nos 43. Sem recuperar o futebol que chegou a deixá-lo na liderança, o Alvinegro perde fôlego, principalmente o astro Seedorf, que deu mais sinais de cansaço com a maratona de jogos e foi vaiado no fim da partida. A torcida, revoltada, também pedia raça e gritava “Ô, ô, ô, atrasa o salário”. Na próxima rodada, a equipe vai à Arena Pernambuco encarar o lanterna Náutico, na quarta-feira, com pressão maior pelos três pontos. Ao fim da partida, Seedorf não escondeu a insatisfação com as vaias.

 

– As vaias são um grande pecado. Não afeta a mim, afeta ao time. Hoje foi muito particular, todo mundo viu. Mas a gente vai ficar unido e lutar até o final. Faz parte do futebol. O Grêmio é um grande time. A gente paga caro por poucos erros que comete no jogo. Mas estou com muita vontade de virar essa situação

 

O Tricolor Gaúcho, que teve ao fim da partida os jogadores comemorando efusivamente os três pontos perto da pequena torcida presente ao Maracanã, terá um encontro aparentemente mais fácil: receberá o Criciúma, no mesmo dia, na Arena do Grêmio. O zagueiro Werley, um dos destaques da partida, mostrou a expectativa da equipe quanto ao desfecho da rodada no domingo, quando secará a Raposa contra o lanterna Náutico na Arena Pernambuco

 

– Fizemos a nossa parte. Estamos de parabéns. Vamos esperar o Cruzeiro tropeçar.

 

Vantagem com menos um

 

Sabe aquele jogo que o time da casa tem a posse de bola,  joga a maior parte no campo do adversário, toca para os lados, gira mas não consegue encontrar espaços e no fim das contas recebe o bote? Foi assim mesmo o primeiro tempo de Botafogo x Grêmio. Era óbvio que os visitantes gaúchos, dois pontos à frente na tabela, armassem essa arapuca para os anfitriões. O mais surpreendente é que a vantagem de 1 a 0 foi obtida justamente quando já tinha desvantagem numérica, com a infantil expulsão de Kleber, com apenas 29 minutos de jogo.

 

O atacante por pouco não estragou a estratégia de sua equipe. Logo aos 12, o camisa 30, já às turras com a zaga alvinegra, ganhou cartão amarelo por reclamação. Dezessete minutos depois, a perna elevada após tentar um chute atingiu Dória com força no peito. Não teve nem outro amarelo. O árbitro mostrou logo o vermelho, justo, justíssimo. Àquela altura, o panorama já era o seguinte: o Botafogo tentava ultrapassar o bloqueio armado por Renato Gaúcho. O trio de zaga gremista, formado por Werley, Rhodolfo e Bressan, tinha o belo auxílio na frente dos cães de guarda Souza e Riveros, auxiliados por Ramiro. Ali, a ordem era não dar tempo para os criativos Lodeiro e Seedorf respirarem.  

 

Deu certo. O Botafogo, com Henrique mais à frente de Rafael Marques à espera de uma boa trama, sucumbiu ao vigor adversário. Marcelo Mattos e Renato não tinham como subir mais ao ataque. Os dois gringos da criação não fizeram aquele passe cirúrgico. E com Júlio César confuso pelo lado esquerdo, coube apenas a Gilberto, pela direita, os melhores momentos. O lateral foi quem levou mais perigo à defesa adversária, principalmente nos cruzamentos para a área. O problema é que, por suas costas, era executada a melhor jogada do Grêmio.  Passe longo para Alex Telles. E antes de abrir o placar, o lateral-esquerdo bem que tentou servir os companheiros, mais especificamente Werley, que em dois escanteios levou perigo a Jefferson. Mas foi na jogada aos 37, após receber de Riveros, que o camisa 13 acertou um belíssimo chute fora do alcance de Jefferson. No fim do primeiro tempo, o herói gremista, num momento de fé, saiu com o terço na mão.

 

Grêmio segura pressão

 

Ao Botafogo também seria necessária muita fé, além de luta e precisão. Com Bruno Mendes no lugar de Lodeiro, que tinha cartão amarelo, a ordem era partir mais para o ataque. E se Rafael Marques só dera o úinico chute com perigo na primeira etapa aos 32, Renato logo abriu os trabalhos do sufoco aos 8, quando obrigou Dida a uma difícil defesa – como a bola ainda foi desviada por Rhodolfo, ele teve de mudar rapidamente de lado para pular.

 

O goleiro, por sinal, virou atração na segunda etapa, seja pela saída do gol para cortar uma bola de cabeça, seja por outra boa defesa, em tiro de Dória, seja para ganhar alguns minutos na troca de chuteira. Afinal, o Botafogo lutava contra o tempo para chegar ao empate. E por mais que as jogadas da linha de fundo procurassem Henrique, havia sempre um gremista na sobra para impedir a sequência do lance.

 

Oswaldo de Oliveira bem que tentou. Mexeu mais duas vezes no time, ao trocar Marcelo Mattos e Henrique por Jefferson Paulista e Sassá. Nas arquibancadas, a torcida alvinegra perdia a paciência, e um torcedor exibia nota de R$ 2, exigindo mais raça da equipe. Melhor para Renato Gaúcho, que tirou o bravo Ramiro, um dos destaques da equipe, mas exausto, para fechar mais ainda o ferrolho com Adriano. Barcos, solitário na frente, marcando mais do que atacante, também ficou cansado e deu vez ao garoto Lucas Coelho. O Botafofo pressionava, Seedorf era vaiado, mas o Grêmio manteve a vantagem com o velho lema guerreiro. A pequena torcida presente ao Maracanã fazia a festa, com justiça.

FICHA TÉCNICA:

BOTAFOGO 0 X 1 GRÊMIO

 

Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Data-Hora: 5/10/2013 – 21h
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO)
Auxiliares: Emerson Augusto de Carvalho (Fifa-SP) e Marcelo Carvalho Van Gasse (SP)
Renda e público: R$ 356.995,00/ 10.959 pagantes; 14.418 presentes
Cartões amarelos: Kleber, Ramiro e Bressan (GRE); Lodeiro, Dória, Henrique e Gilberto (BOT)
Cartões vermelhos: Kleber (GRE).
Gols: Alex Telles 37’/1ºT (1-0)

 

BOTAFOGO: Jefferson, Gilberto, Dankler, Dória e Julio Cesar; Marcelo Mattos (Jeferson, aos 24’/2°T), Renato, Lodeiro (Bruno Mendes, no intervalo), Seedorf e Rafael Marques; Henrique (Sassá, aos 31’/2°T) – Técnico: Oswaldo de Oliveira.

 

GRÊMIO: Dida, Werley, Rhodolfo e Bressan; Pará, Souza, Ramiro (Adriano, aos 35’/2°T), Riveros e Alex Telles; Kleber e Barcos (Lucas Coelho, aos 39’/2°T) – Técnico: Renato Gaúcho.

 

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