Tinha tudo para ser uma bonita festa: 43.293 torcedores no Maracanã, o Botafogo precisando de uma vitória simples sobre o Unión Espanhola para garantir a classificação na fase de grupo da Libertadores e a diretoria, mesmo sem dinheiro, trabalhando para reforçar o time na fase seguinte da competição com a contratação de Emerson Sheik.
Mas era o Botafogo e o Botafogo de hoje anda se especializando em decepcionar seus torcedores.
Mais, até: se esforçando em quebrar a corrente que o une fortemente à massa apaixonada…
O time de Eduardo Húngaro se esbaldou de perder gols e depois de pressionar o adversário de forma avassaladora acabou derrotado com um gol de pênalti (pra lá de duvidoso), convertido por Canales, na fase final.
A rigor, não sei dizer se foram realmente os desfalques de Edilson, Gabriel e Ferreyra que tiraram do Botafogo a capacidade de empurrar a bola para dentro do gol _ tenho quase certeza de que não foi isso.
É evidente que a ausência de três titulares, sobretudo a do grandalhão argentino, quebraram um pouco o ritmo do time _ mas não lhe tiraram o ímpeto, a velocidade e a capacidade técnica.
O Botafogo jogou melhor, dominou o adversário e peitou a retranca armada para levar daqui um ponto precioso na luta pela classificação.
Mas faltou-lhe tranquilidade e malandragem para construir o resultado _ algo que talvez pudesse ser resumido em um único termo: equilíbrio!
Em tese, o time alvinegro padeceu de mal semelhante ao que acometeu o Flamengo no empate em 2 a 2 com o Bolívar pela mesma competição.
O negócio de vencer a qualquer custo, de jogar empurrado pela torcida, nem sempre é fácil execução _ por vezes complica mais do que ajuda.
Não duvido que este Botafogo possa vencer o San Lorenzo em Buenos Aires, mas claro está que ainda falta algo para seguir adiante na Libertadores…