Blog polemiza: ‘Sabe quando o Flu pagará a Série B? Nunca! Nem o Botafogo’ (?!?!)

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Por FogãoNET

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Sabe quando o Fluminense pagará a Série B? Nunca! Nem o Botafogo! E não porque nunca mais eles cairão para a segunda divisão, algo que pode muito bem acontecer com o Fluminense já nas próximas semanas. A questão é que, se o Tricolor das Laranjeiras for rebaixado neste ano, irá pagar em 2014 pela campanha péssima em 2013. Se cair em 2030, irá pagar pela performance ruim de 2029. E assim vai. Os rivais  zombam do Tricolor das Laranjeiras como se ele fosse pagar a Série B de 2000, algo que não tem como ser quitado mais. Talvez até poderia, se o Fluminense, com fair play, se dispusesse a jogar a segunda divisão mesmo sem ser rebaixado ou se jogasse a Série B, conseguisse o acesso e se negasse a subir para saldar esse débito histórico que tanto falam, em especial no Rio.

E poucos falam de outros clubes que teriam também o mesmo débito referente à Série B de 2000. São os casos de América-MG (não subiu em 1999), Bahia (não subiu em 1999) e Juventude (caiu em 1999). Vários outros clubes tiveram a chance de conquistar o título brasileiro de 2000 sem ter originalmente o direito de fazer isso nesse ano. Botafogo-SP e Paraná, por exemplo, foram rebaixados em 1999 e poderiam ter triunfado na elite após o cruzamento de módulos. Todos esses times citados jogaram na primeira divisão de 2001 na boa, com aval da CBF. Depois, foram aos poucos caindo e cumprindo os seus respectivos rebaixamentos como manda o figurino, mas jamais pagando essa tal dívida de 2000. Só pagaram pelos anos ruins que tiveram neste século. A exceção dessa turma é o Fluminense, que, depois de experimentar a Série C do Brasileiro (e se orgulhar desse título, até com estrela, durante um bom tempo), não caiu mais. 

É bom lembrar do time que causou toda essa polêmica no futebol brasileiro: o humilde Gama. Ele caiu no Brasileiro de 1999, mas conseguiu na Justiça comum (justamente, na minha mascarada opinião) o direito de continuar na elite. Isso porque ele foi vítima de uma decisão para lá de discutível do STJD que impediu o rebaixamento do Botafogo e que também protegeu o Internacional (o Gama, pelo que foi feito em campo, ficou à frente do Glorioso e do Colorado na média de pontos que definia o descenso em 1999). Botafogo e Internacional foram declarados vencedores, por 1 a 0, dos jogos disputados contra o São Paulo por conta de alegada inscrição irregular de Sandro Hiroshi. O Tricolor do Morumbi havia metido 6 a 1 no Botafogo e tinha empatado em 2 a 2 com o Inter.

Os times grandes, unidos ainda pelo Clube dos 13 naquela ocasião, fizeram força para defender Botafogo e Inter e para sacrificar o Gama. Eurico Miranda, dirigente que estava à frente do Vasco e que já tinha representado o Clube dos 13 em outra polêmica do futebol brasileiro (acertou com a CBF o cruzamento dos módulos do Brasileiro de 1987, o que conferiu na Justiça o título daquele ano para o Sport), foi peça importante naquele processo que salvou o Botafogo. E ninguém fala hoje que o time da Estrela Solitária tem uma Série B para pagar. Pela Justiça comum, o Fogão teria que pagar essa suposta dívida, tanto quanto o rival Fluminense. Lembro aqui que a Justiça comum supera a decisão do STJD, que foi anulada pela ação imposta pelo Gama (tanto que nasceu assim a Copa João Havelange em 2000). Aqueles 6 a 1 (SP x Botafogo) e 2 a 2 (SP x Inter) estão valendo, segundo a Justiça deste país. Assim, o rebaixamento do Botafogo em 1999 valeria. Curioso que tiraram os pontos do São Paulo nesses dois jogos e os passaram aos desesperados Botafogo e Inter, mas não fizeram a mesma coisa com outros adversários do Tricolor do Morumbi que enfrentaram o “gato” Sandro Hiroshi. Se fizessem isso, o São Paulo perderia quase todos os seus pontos e consequentemente seria ele o rebaixado em 1999.  Seria ele hoje o time grande a ter essa dívida com a Série B de 2000.

Eu cresci ouvindo que “time grande não cai” e que, “ se time grande cair, viram a mesa”. Isso vigorou até o final do século passado, como vemos. Ainda bem que entramos no século 21, vivemos a era do justo sistema de pontos corridos, e agora os grandes caem mesmo. No Brasil, são tidos como grandes 12 clubes, mas só faltam Cruzeiro, Flamengo, Inter, Santos e São Paulo no clube dos “incaíveis”.

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