Poucas derrotas foram tão frustrantes recentemente quanto a de hoje. Perder para o Galo por 1 a 0 em Minas é e sempre será um resultado normal, mas a maneira como fomos derrotados é que dói: jogando muito mais que o adversário, mesmo atuando fora de casa.
Ao Botafogo, aconteceu a pior coisa possível para quem tem nossas características de jogo. Acostumado a jogar sem a bola e esperando o adversário, nosso time sofreu um gol precoce e precisou mudar drasticamente o jeito de jogar. E, apesar de todas as dificuldades, nos saímos bem.
Após 10 minutos iniciais trágicos, de muita vulnerabilidade defensiva e pressão do adversário, o Alvinegro acordou. Desafogando pelos lados, onde o Galo dava visíveis espaços, fomos gostando da partida e, timidamente, nos aproximando do gol adversário. Quando os anfitriões perceberam, já tínhamos dominado o confronto.
No segundo tempo, com a expulsão do destemperado Fred logo aos 9 minutos, o domínio ficou ainda mais amplo. Os papéis se inverteram, com o Atlético esperando por chances de contra-ataque – que não apareceram, tamanho sufoco imposto pelo Fogão. Novamente, esbarramos na falta que qualidade no último terço do campo – tanto para transformar o domínio em chances claras quanto para converter as oportunidades que apareciam.

Martelamos até o último segundo. O time foi valente e superou cansaço, desfalques, um adversário bem mais qualificado e até a torcida local – fica aqui o registro para a brava torcida alvinegra, que cantou alto durante todo o jogo. Mas nem tudo isso foi o suficiente para conseguirmos o tão importante gol fora de casa.
Tivemos mais finalizações em gol, mais posse de bola e dominamos por inteiro um dos melhores times do Brasil. O resultado foi injusto e mentiroso, o sentimento de que podíamos ter conseguido mais é frustrante e não poderemos, de forma alguma, tomar gol na partida de volta.
Ainda assim, nada está acabado. Nosso time, mais uma vez, deu demonstrações claras de que tem qualidade para dominar e vencer o Galo. O resultado, apesar de ruim, foi magro e é totalmente reversível dentro de nossos domínios. Não só com vitórias se forma um grupo campeão.
Notas
Gatito Fernández: 8
Era mero espectador, até fazer uma das defesas mais incríveis dos últimos tempos na única chegada perigosa do Atlético em 80 minutos – um salto arrojado para defender uma bomba à queima-roupa de Rafael Moura.
Emerson Santos: 7
Fechou bem o lado direito e se arriscou com alguma qualidade no ataque. Mesmo sendo zagueiro de ofício, é bem superior ao Arnaldo. Poderia ficar por ali.
Joel Carli: 5,5
Um dos que falharam no gol do Galo. Sua falta de velocidade favorecia demais o jogo rápido do adversário – o que acabou minimizado pelo amplo domínio do Botafogo no restante da partida.
Emerson Silva: 3
Muito mal tecnicamente. Errou vários passes fáceis, falhou no gol da partida e quase deu outro de presente para Rafael Moura. Lento e voltando de lesão, foi presa fácil.
Victor Luis: 7
É um leão. Marca e ataca com muita intensidade. Se arriscou mais na linha de fundo, o que deveria fazer mais vezes. Sua entrega dá gosto de ver.
Rodrigo Lindoso: 5,5
Não esteve bem na cobertura à defesa e, principalmente, na saída de bola. Errou muitos passes, algo que não é comum.
João Paulo: 6,5
Alternou bons e maus momentos. Embora também tenha errado passes e falhado na cobertura no lance do gol, foi o jogador mais lúcido da equipe com a bola nos pés. Tudo passou por seus pés. Em vários momentos, foi o organizador de jogo que Camilo deveria ser.
Bruno Silva: 5,5
Foi eficiente novamente no seu importante papel tático, mas perdeu dois gols relativamente fáceis. Tem crédito, mas hoje vacilou.
Rodrigo Pimpão: 5
Não conseguiu ser eficiente, mesmo com os espaços deixados pelo Galo nas laterais. Pode fazer mais.
Camilo: 4
Não tem nem muito o que falar; foi o mesmo que vem sendo há algum tempo. Hoje até se movimentou um pouco mais, mas parece se esconder do jogo. Precisa assumir o papel de armador ou é melhor que seja sacado do time.
Roger: 3,5
Hoje foi irritante. Muitas vezes em impedimento, errando lances fáceis e atrapalhando as jogadas. Não tem o arranque necessário para enfiadas de bola e acaba impossibilitando alguns lances importantes.
Guilherme: 5,5
Sua entrada deu mais movimentação ao ataque, mas novamente pecou muito nas decisões. Seu chute quase do meio-campo, com todo o time postado para receber, reflete um pouco o que é o seu jogo. Falta pensar mais e ser menos afobado.
Vinicius Tanque: sem nota
Jogou menos de 10 minutos e praticamente não encostou na bola.
Fernandes: sem nota
Sem tempo suficiente para influenciar a historia do jogo.
Jair Ventura: 6
Errou ao escalar Emerson Silva junto ao Carli, formando uma zaga muito lenta contra o time veloz do Galo; se queria sacar o Rabello, a opção deveria ser pelo Marcelo, o zagueiro mais rápido do elenco. No mais, não tem muito o que fazer, a não ser rezar por reforços.

Botafogo cogitou ceder atleta por empréstimo ao Atlético-MG para ficar com Gabriel; Alex Santana foi monitorado

Com multa rescisória de dois meses de salários, Botafogo descartou romper contrato de Anderson Barros

Multa rescisória de Alberto Valentim no Botafogo é na casa de R$ 1 milhão

Torcida do Cruzeiro comemora gol do Botafogo. E torcida do Botafogo critica gol do… Botafogo

Botafogo sente falta de meia de origem em empate com o Ceará

Enquete: você aprova a permanência de Alberto Valentim como técnico do Botafogo em 2020?

Botafogo vê permanência de Gabriel em 2020 como ‘muito difícil’
