Bruno Lazaroni crê que faltou convicção do Botafogo em seu trabalho: ‘Estaria em situação melhor hoje’

Bruno Lazaroni em Grêmio x Botafogo
Vitor Silva/Botafogo

Demitido do Botafogo após a derrota por 1 a 0 para o Cuiabá no jogo de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, Bruno Lazaroni entende a decisão da diretoria. O ex-técnico e auxiliar do clube, porém, acredita que haja falta de convicção.

– Os clubes têm essa prerrogativa, podem definir o futuro de seus funcionários como bem entenderem. Isso é de qualquer empresa, pode preterir algum funcionário se achar que não está satisfazendo seus anseios. Para mim, falta convicção. Fazer um processo seletivo, identificar o perfil do profissional, a forma de trabalhar, se encaixa com o clube e sim tomar uma decisão a curto, médio ou longo prazo, de acordo com os resultados e os critérios – avaliou Lazaroni, que citou seus números.

– A meu ver, é preciso analisar o trabalho como um todo. Os resultados vão sempre o maior fator, mas avaliar metodologia, forma de trabalhar, como gerir comissão técnica. Saí do clube com 53% de aproveitamento no Campeonato Brasileiro, 44% nos jogos que fiz esse ano, em todos os jogos que fiz como interino o aproveitamento foi 44%, tudo em competições nacionais. Com esse tipo de aproveitamento, o Botafogo estaria em situação melhor. Não querendo me gabar, mas acreditando muito na minha forma de trabalhar e em como o grupo era gerido e a resposta que dava. Acreditava muito que podia continuar o trabalho. Mas como falei antes o clube, no caso o comitê de gestão, pode tomar decisão de continuidade ou não de decisão de qualquer funcionário, não vejo mal nisso. Até porque há treinadores que recebem proposta e acabam também optando por sair. As duas partes têm que estar contentes para dar continuidade no trabalho – acrescentou, em entrevista à ESPN Brasil.

Bruno Lazaroni também comentou sobre a onda de treinadores estrangeiros no Brasil.

– Acredito que a curto prazo isso vá acontecer mais vezes, torço para que venham mais treinadores estrangeiros. Diferente do que aconteceu antes, que pegaram grandes equipes e grandes estruturas, agora vêm para diferentes estruturas e formas de trabalho. Dá para ter real noção da realidade que a grande maioria enfrenta no futebol brasileiro. Quanto ao (Jorge) Jesus, é natural que, quando consegue resultados a curto prazo, outros clubes tentem da mesma nacionalidade e forma de trabalhar. Isso já aconteceu fora do país, com treinadores brasileiros, no mundo asiático e Oriente Médio – lembrou.

– É difícil falar pelos outros, mas é importante a vinda dos estrangeiros em contexto diferente de trabalho. Entender que a realidade não é sempre Palmeiras e Flamengo, com excelente estrutura e elenco rico. Em contextos diferentes podem ter a real noção do que a grande maioria dos treinadores enfrenta. Há bons técnicos no Brasil também, precisam que deem tempo para o trabalho surtir efeito, como dão aos estrangeiros. Com o tempo o trabalho acaba solidificando e as equipes melhorando – completou.

Fonte: Redação FogãoNET e ESPN Brasil

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