Jogador do Botafogo toca cavaquinho em banda de pagode nas horas vagas

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Por FogãoNET

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Os dribles e jogadas de efeito têm uma ginga especial. Deiwerson Vieira, o D+, já mostrou ter nos gramados e nas areias, no entanto, o futebol não é a sua única paixão. O jogador do Botafogo, que disputa o 3º Mundialito de Clubes na Praia de Copacabana, no Rio, poderia vestir a camisa 10 do pagode. Nas horas vagas, revela o dom da música ao tocar cavaquinho na banda “Toca e Sai”, que realiza dez shows por mês, uma média de 120 por ano. Mas não para por aí. Para ajudar nas despesas, ele também ajuda o pai, que trabalha em uma barraca no Posto 8 de Ipanema, onde vende bebida, comida e aluga cadeira e guarda-sol. Tudo isso quando não tem compromissos com o Glorioso, prioridade em sua vida. 

– Meu sonho é me realizar profissionalmente no futebol de areia e ser feliz. Futebol para mim é sinônimo de alegria e felicidade. Não tenho aquela pretensão financeira, quero apenas ser reconhecido pelo meu trabalho e estar rodeado pelos amigos. A música é como hobby, gosto muito de tocar cavaquinho, mas o futebol de areia está em primeiro lugar – contou D+, que ganhou o apelido por conta do talento no futebol e nas aulas de matemática.

Deiwerson futebol de areia Botafogo (Foto: Alexandre Loureiro / Inovafoto)
Deiwerson, do Botafogo, é um dos destaques do Mundialito de futebol de areia (Foto: Alexandre Loureiro / Inovafoto)

Nascido e criado no Morro do Cantagalo, em Ipanema, Deiwerson sempre viveu rodeado de música. Fã de Xande de Pilares, cantor e cavaquinista do Grupo Revelação, ele conta que o repertório do “Toca e Sai” inclui canções autorais e interpretações de alguns clássicos dos ritmos tipicamente brasileiros.

– Aprendi a tocar cavaquinho, pandeiro e repique sozinho, depois fui buscar conhecimento com amigos. Vim da comunidade, tenho o samba na veia. O samba nasceu na favela e até hoje a influência é grande, mas toco mais por diversão. Temos músicas próprias e de outras bandas e cantores, como Revelação, Arlindo Cruz e Exaltasamba. Fazemos shows em festas e churrascos com os amigos – disse o atleta, que defende as cores do Botafogo há dois anos e está fazendo curso de Direito em uma faculdade, uma garantia para o futuro. 

Deiwerson futebol de areia Botafogo (Foto: Alexandre Loureiro / Inovafoto)
Deiwerson chuta bola durante treino para o 3º Mundialito (Foto: Alexandre Loureiro/Inovafoto)

A proximidade com a praia levou D+ a dar os seus primeiros passos no esporte. Do futevôlei e futebol de areia, migrou para os gramados. Correu atrás do sonho de muitos outros jovens e foi para Europa. Passou três temporadas em países como Dinamarca, Noruega e Suécia, mas, sem as condições financeiras que planejava quando decidiu se arriscar do outro lado do oceano, resolveu voltar ao Brasil e escrever um novo capítulo de sua história.

– Joguei em alguns times de futebol, como Portuguesa da Ilha e o Ceres de Bangu, fui para a Europa, mas acabou ficando difícil porque eu não tinha retorno financeiro. Quando recebi o convite para voltar o futebol de areia, esporte que eu praticava antes de ir para o campo, aceitei. Fui jogar no América, onde fiquei por cinco meses, depois, vim para o Botafogo. Estou muito feliz e só tenho a agradecer pela oportunidade – finalizou.

Depois de estrear com uma vitória por 2 a 0 sobre o Al-Ahli, na última quarta-feira, o Botafogo de Deiwerson perdeu para o Barcelona por 6 a 5, nesta quinta. Agora, o time de General Severiano faz o clássico carioca contra o Vasco, às 15h45m desta sexta, para decidir se avança à próxima fase do Mundialito de Clubes. O SporTV transmite a competição ao vivo.

Jogador de futebol de areia, Deiwerson toca cavaquinho em banda de pagode (Foto: Divulgação)
Deiwerson, de blusa vermelha, ao lado dos outros integrantes da banda de pagode “Toca e Sai” (Foto: Divulgação)
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