Oswaldo defende Seed e espera renovar contrato: ‘Gosto daqui’

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Por FogãoNET

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O técnico Oswaldo de Oliveira busca um final feliz para o Botafogo, único mocinho entre os clubes do Rio no Campeonato Brasileiro. O árduo trabalho não impede o treinador de curtir uma outra paixão: acompanha a novela Dona Xepa, da Record, que tem no elenco sua mulher, a atriz Jeniffer Setti. Noveleiro assumido, Oswaldo vive entre a ficção e a realidade. E não pode reclamar de uma ou de outra. O capítulo deste domingo será contra o Bahia, às 16 horas, no Maracanã.

Qual é o melhor time do Brasileirão?

O Cruzeiro é o melhor time.

Chegou a essa conclusão após a derrota (3 a 0) para eles?

Não, não foi só isso. Eles aproveitaram melhor as chances. E, claro, têm jogadores muito fortes: Fábio… Ele e o Jefferson são os melhores goleiros do Brasil no momento. Dedé talvez seja o melhor zagueiro do País… No meio do jogo, entram o Júlio Baptista e o Dagoberto, dois jogadores que o Botafogo tentou contratar e não conseguiu. O elenco do Botafogo é forte, mas ainda a se confirmar.

Acha que a tabela retrata a realidade? O Botafogo é realmente o segundo melhor time?

Até esse momento, acho que é.

Seedorf não briga muito com os mais jovens?

Como Seedorf pega firme com eles, às vezes acontecem algumas diferenças, mas sempre chegam a um ponto de entendimento. No ano passado, conversei com ele: ‘Rapaz, você está no Brasil. Aqui é diferente’. Ele tem convicções às vezes muito inflexíveis, sim. Foram sedimentadas com o tempo e viraram verdades. Mas já consegue ser mais maleável e refazer seu ponto de vista.

Em que, por exemplo, ele é inflexível?

Não gosta do calendário…

Seedorf está há oito jogos sem fazer gol. Está cansado?

Lembro que, no Corinthians, Luizão ficou quatro jogos sem marcar. Aí, num só jogo ele fez quatro, um para cada partida. Não espero que o Seedorf faça oito gols num jogo, mas vejo essa situação com naturalidade. Acredito na recuperação. Assim como eu dizia que Rafael Marques era bom jogador, afirmo que Seedorf vai voltar a jogar bem e fazer gols.

Contra o Cruzeiro, era para ele ter batido o pênalti que acabou perdendo?

Era. Ele é o cara.

O que dizia para o Rafael Marques, quando ele não correspondia, mas tinha o seu apoio?

Dizia: “Não vou prejudicar o time. Se você não render, não poderei insistir”. Seedorf é o craque, mas Rafael Marques é o melhor do Botafogo no Brasileiro. É o cara que jogou todas as partidas.

Quem é o melhor jogador do Campeonato?

Fiquei impressionado com esse Éverton Ribeiro, do Cruzeiro. E tenho gostado do Marcelo, do Atlético-PR.

O Atlético-PR é uma surpresa?

A decisão de não jogar o Estadual com o time titular o beneficiou.

É um caso a ser pensado para o ano que vem?

É… Se o Carioca do ano que vem começar em janeiro, não haverá possibilidade de os titulares iniciarem a competição.

Seu contrato com o Botafogo termina no fim do ano. Vai renovar?

Não sei. Espero que sim. Gosto daqui.

De todas as dificuldades que o Botafogo enfrentou com você, qual o maior trauma?

A perda de jogadores como Jadson, Andrezinho, Fellype Gabriel… E ainda acho que a perda do Engenhão foi pior, sabe? Jogávamos às 22 horas, em Volta Redonda, e chegávamos em casa de manhã, às 5 horas.

Você acha que, sob o seu comando, o Botafogo resgatou o orgulho? Acabou o chororô?

Isso é coisa do passado, que não conheci. Não gosto de falar sobre isso porque mexeria com um momento do qual não participei.

Em que momento acha que conquistou a torcida, depois de ter sido tão questionado?

Essa rejeição a técnico não acontece só aqui. E só se reverte com título. Vejo mérito na direção, por ter mantido o trabalho. A resposta foi positiva: o título carioca, a revelação de jogadores e a boa posição no Brasileiro.

Será bom enfrentar o Flamengo sem Mano Menezes, na quarta-feira, pela Copa do Brasil?

Não sei como vão reagir. Para mim, parece sempre que a saída do treinador causa algum dano à equipe. Mas a gente já viu que pode ser também um elemento de motivação.

Assiste à novela Dona Xepa?

Sempre que posso, vejo. E gosto. Mas às vezes o Botafogo joga na hora da novela. Temos jogo às quartas, às 22h. Gravo para ver depois.

Seu trabalho no Japão atrapalhou a carreira da sua mulher, Jeniffer?

Ah, com certeza. E meu filho (Guilherme) faz 7 anos em novembro. Foi um dos motivos também que me fez voltar. Lá não tinha escolas americanas ou inglesas.

Você é mais noveleiro ou a Jeniffer é mais futebolista?

Sou muito mais noveleiro. Acompanhei todas as novelas lá no Japão. Eu ia pra casa correndo…

Se incomoda em falar sobre isso?

Não.

Você dá palpite no trabalho da Jennifer?

Não. Só dou força. Não ouso dar palpite.

E numa cena ousada, sente ciúme?

Aí, eu vejo com pragmatismo, com muita tranquilidade.

E como reagiu à interferência dela, que usou o Twitter para fazer críticas ao clube, numa exaltação ao seu trabalho?

Sobre isso eu não falo mais porque, se a gente mexer, gera especulação.

Já acompanhou alguma gravação dela?

Várias vezes. Ela grava lá pertinho, do lado. A Record fica a cinco minutos da nossa casa.

No passado, você foi do ramo, né? Era modelo…

Um pouquinho, mas fui.

Não pensa em voltar à vida artística (risos)?

Já posso escrever uma novela com assuntos futebolísticos (risos). Olha, o futebol não me dá tempo. Às vezes, passa pela minha cabeça escrever um livro sobre futebol, pela vivência que tenho. Vivi as mudanças de 75 para cá. Mas não tenho tempo. Pode ser que um dia, se eu me aposentar… Mas não vou me aposentar. Vou trabalhar até cair.

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