Os protestos realizados pelos atletas na 34ª rodada do Campeonato Brasileiro ganhou o apoio do técnico do Botafogo, Oswaldo de Oliveira. O treinador se mostrou à favor do Bom Senso F.C. desde sua criação e reiterou seu contentamento com a atitude tomada pela classe dos jogadores, que reivindicam melhorias no futebol brasileiro.
Antes do empate por 0 a 0 entre Botafogo e Portuguesa, jogadores de ambos os clubes cruzaram os braços, como ficou decidido pelo Bom Senso F.C. Porém, a ação que mais chamou a atenção ocorreu na vitória do São Paulo sobre o Flamengo, no Morumbi.
Alício Pena Júnior, árbitro do jogo, disse que teria que punir os atletas com cartão amarelo caso ficassem de braços cruzados após o início do confronto. Os jogadores dos clubes conversaram e decidiram tocar a bola entre si por um minuto. Em seguida, o sistema de irrigação do campo foi acionado, parando o duelo por mais algum tempo.
“Acho que de alguma forma, esse movimento deve se apresentar. Foi uma forma escolhida. Poderia ter sido outra ainda mais contundente até. Mas já é um bom caminho. É uma boa continuidade para o movimento que os atletas fazem. Devem fazer isso outras vezes. É uma manifestação sadia, revolucionária. Normalmente eles se acomodam com situações que não são favoráveis. Alguma coisa deve ser feita e acho que o caminho é esse”, disse Oswaldo de Oliveira.
O protesto dos jogadores vem sendo debatido desde uma reunião realizada pelo grupo no dia 4 de novembro, em São Paulo. Trata-se de uma reação do Bom Senso F.C. ao que o coletivo identificou como um descaso da CBF.
É a segunda manifestação coletiva do Bom Senso F.C. no Campeonato Brasileiro. Na 30ª rodada, disputada entre os dias 19 e 20 de outubro, o grupo realizou abraços coletivos antes de todos os 20 jogos do certame nacional.
Fundado por um grupo pequeno de jogadores para discutir pontos que eles reprovavam no calendário proposto pela CBF para a temporada 2014, o Bom Senso F.C. foi lançado como um manifesto com 75 signatários. Em menos de um mês, o movimento passou de mil adesões.
Além disso, o coletivo estabeleceu plano de atuação em cinco pilares (calendário, férias, pré-temporada, fair play financeiro e participação de atletas em conselhos técnicos de entidades) e conseguiu duas reuniões com a CBF. Nesses encontros, porém, o grupo achou que não foi recebido adequadamente.
Os jogadores então agendaram para esta quarta-feira um protesto. Em todas as partidas da 34ª rodada do Campeonato Brasileiro, as equipes entraram em campo com faixas de apoio ao movimento. Depois de o árbitro apitar o início, elas deram o pontapé inicial e cruzaram os braços.