Com a suspensão da Fúria Jovem, a Loucos pelo Botafogo assumiu o posto de principal organizada do clube. Tanto que foram eles quem organizaram os dois mosaicos feitos no Maracanã em jogos pela Libertadores. Porém, os holofotes trouxeram também algumas obrigações. Por mais curioso que pareça, os chefes da torcida estão sendo utilizados pelo Gepe, da Polícia Militar para manter a ordem no estádio.
Para evitar punições, a Loucos Pelo Botafogo teve que caçar torcedores portando rojões ou lasers e até mesmo usuários de maconha. Tudo para evitar ser punido pela polícia e continuar desempenhando seu papel nos estádios. Os baderneiros, muita das vezes, nem são integrantes da torcida, mas cabe aos líderes resolverem a situação.
“A determinação do GEPE é clara. Se qualquer torcedor cometer uma infração no local onde se encontra as organizadas, logo ele faz parte da torcida. Assim sendo, a mesma será punida. Agora, caso isso ocorra e a organizada entregar o infrator, fica claro que ele não compactua com isso e não há punição”, disse o comandante do Gepe, João FIorentini.
“Eles sabem disso e nos ajudam e se ajudam também. Não pode soltar fogos e muitos torcedores comuns não sabem disso. A própria Loucos e levou faixas com essas regras para informar seus torcedores, que um cidadão comum não sabe. Os integrantes das organizadas têm esse papel também, já que muitos deles têm benefícios. Esse é o outro lado”, acrescentou.
E o Gepe conta com a vontade da Loucos Pelo Botafogo em manter seu histórico limpo, já que nunca recebeu uma punição desde fevereiro de 2006, quando foi fundada. A torcida tem como princípio o apoio irrestrito durante os jogos, mas não deixa de realizar cobranças quando necessário. Ela fez parte, inclusive, dos protestos na reta final do último Brasileiro, quando por pouco o Alvinegro não deixou a vaga na Libertadores escapar.
“A Loucos se reúne sempre com seus integrantes para deixar claro qual o nosso objetivo nos jogos. Queremos sempre fazer muita festa e apoiar o time durante os 90min, mas nem todo mundo que gosta da nossa torcida cumpre as regras. Então o temos essa parceria com o Gepe para que todo mundo possa sair ganhando”, afirmou Rafael Mois Kastrup, presidente da Loucos pelo Botafogo.
“No último jogo mesmo, um pai de família reclamou com a polícia que alguns rapazes estavam fumando maconha. O Gepe veio até mim e eu falei com eles, que pararam de fumar na mesma hora. Não sabiam que aquilo era contra o que a nossa torcida defende. Eles eram simpatizantes e entenderam. Queremos o povão, as famílias de volta ao estádio. Na Loucos elas se sentirão à vontade e isso é o que defendemos”, finalizou.