Um dos personagens do acesso do Cartagena da Terceira Divisão espanhola para a Segunda Divisão, Vinicius Tanque quase não foi para o clube espanhol. Segundo o atacante, em entrevista a “O Dia”, dirigentes alvinegros dificultaram sua saída.
Vinicius Tanque agradece ao Botafogo pelo início na carreira, mas se decepcionou com dirigentes.
– Não guardo mágoas. Acredito que tudo que aconteceu acabou servindo para o meu crescimento como pessoa e atleta. Pude amadurecer e saber superar os momentos difíceis. Fiquei decepcionado com algumas pessoas que estão lá hoje e com algumas atitudes delas em relação a minha saída, mas com o clube o meu carinho será eterno. Sou grato ao Botafogo por tudo que alcancei em minha carreira – afirmou Tanque a “O Dia”.
O centroavante explicou como o Botafogo quase impediu sua negociação com o Cartagena. Ele tinha propostas dos Estados Unidos e da Ásia.
– Em cima da hora surgiu uma outra proposta, que era boa apenas para o clube e isso acabou ocasionando em algumas divergências. Conversei com os meus empresários e decidimos não aceita-la. Depois veio a possibilidade do Cartagena e várias dificuldades foram criadas pelo Botafogo na hora da liberação em definitivo. Por sorte não me atrapalhou e consegui ser inscrito a tempo para disputar a final do Playoff e conquistar o acesso aqui na Espanha – celebrou.
Atrasos salariais
Sobre os salários atrasados, Vinicius Tanque admitiu que viveu o problema no clube, mas não crê que tenha afetado o rendimento do time alvinegro.
– Acredito que não, pois era um grupo de homens e que assumiam as suas responsabilidades. Mas é uma situação chata e que ninguém gosta de passar. Todos nós somos trabalhadores e temos os nossos compromissos também. Fiquei sem receber salários em alguns momentos, mas sempre continuei focado e cumprindo o meu dever diariamente. Infelizmente é um problema que atrapalha muitos clubes no futebol brasileiro ainda. Felizmente hoje estou num clube estruturado, que paga em dia e oferece tudo o que o atleta precisa para ter um bom rendimento dentro das quatro linhas – disse Tanque, que não questiona o Botafogo buscar reforços de peso como Honda e Kalou.
– Isso é uma coisa que fica mais a cargo de quem está no comando do clube. De longe fico apenas na torcida para que o Botafogo consiga se organizar melhor e honrar os compromissos. É um clube gigante e que merece voltar a ter seu lugar como protagonista. Acho que as pessoas que hoje comandam o clube poderiam ter um pouco mais de carinho, principalmente com os jogadores formados na base do clube. Cheguei lá com 14 anos e tive uma saída muito conturbada do clube. Se não me queriam mais, não precisavam ter dificultado tanto a minha liberação. Estava apenas buscando trilhar o meu caminho – finalizou.