Bruno Lage desabafou e botou o cargo à disposição após o Botafogo perder para o Flamengo neste sábado (2/9), por 2 a 1, no Estádio Nilton Santos, pela 22ª rodada do Campeonato Brasileiro-2023. O treinador disse que aguenta a pressão, mas pensa em preservar os jogadores.
– Pelo que dizem, o Botafogo já está campeão, se houver qualquer coisa pelo caminho, “foi você que estragou”. Essa pressão tem existido desde o primeiro dia, aguento de forma tranquila. No primeiro jogo não pude contar com Victor Cuesta e Eduardo, fui criticado por não fechar os gols. Isso é da minha vinda. Vai haver sempre essa coisa de o que o Bruno Lage está a fazer. Se o treinador que começou estivesse aqui, não tinha acontecido. É apenas a sequência do que está a fazer, as pessoas estão a apontar meu percurso. Por que vim? Porque o treinador anterior aceitou outro projeto, saiu daqui supostamente já campeão. Os torcedores também já estão no modo campeão. Quiseram encontrar um indivíduo caso a equipe não seja campeã.
– Eu aguento essa pressão de forma natural. Eu sabia disso. Estive no Benfica, se forem observar, tem uma série de vitórias e de recordes muito boa, os melhores turnos do campeonato, no Wolverhampton também melhor série fora de casa. Chego no Botafogo, tem boa sequência inicial, sinto que o que faço não é suficiente para os adeptos. Sinto que fui muito desejado, que fui escolhido, mas que essa pressão eu aguento facilmente. Mas a sequência que cai em olhar só para o meu percurso não é necessária para nossos jogadores. O que eles têm feito até aqui, de bater todos os recordes, permite ter esse resultado, que não queríamos. Quando cá cheguei, tive oportunidade de empates fora e vitórias em casa, aumentar a distância, mesmo assim não era suficiente. As pessoas diziam que éramos campeões, sinto isso.
– A pressão sobre mim é tranquilo, mas só olharem para o meu percurso é uma pressão muito grande nos meus jogadores. Não admito. Só há uma forma de libertar-nos, nesse momento coloco meu lugar à disposição do diretor, do presidente. Não falei com ninguém antes da entrevista, mas tenho contrato com o Botafogo até dezembro, é muito dinheiro de ordenados, prêmios praticamente garantidos de Libertadores, prêmio de campeão, mas não tenho problema de abdicar. Não sou guloso de dinheiro. Não posso é suportar pressão nos meus jogadores. Meu lugar está à disposição de quem manda – completou.