A nova lei da SAF (Sociedade Anônima do Futebol) abre espaço para a chegada de investidores, como John Textor no Botafogo e Ronaldo no Cruzeiro. O projeto representa esperança aos torcedores, mas também tem riscos.
O jornalista João Castelo-Branco, da ESPN Brasil, levantou exemplos bons e ruins de clubes ingleses para deixar como alerta.
– Galera empolgada com Textor e Ronaldo. O futebol brasileiro precisa de novos ares. Mas tem que ter muito cuidado. Quando os clubes ingleses se abriram ao mercado teve um crescimento da Premier League e casos de sucesso. Mas também vários donos desastrosos que arruinaram clubes – lembrou.
– No geral se abrir ao mercado é considerado um sucesso, olhando para Premier League e como cresceu. Mas se não cuidar muito, tem gente que pode se dar muito mal e ficar pelo caminho. Histórias centenárias destruídas. Aqui muitos lutam por regulação mais eficiente. Não estou criticando a situação individual do Botafogo ou Cruzeiro, dois casos com potencial para dar certo. Mas falo no geral sobre a abertura para clube empresas. Se não cuidar pode virar uma bagunça como vimos nos casos na thread, após a Inglaterra ir de um extremo a outro – explicou.
Veja abaixo os exemplos citados:
Charlton Athletic
Roland Duchatelet, detestado pela torcida.
Não investiu em jogadores ou na estrutura e só sugava dinheiro vendendo os jovens mais talentosos.
Vendeu o clube por £1 mas ainda era dono do estádio.
Thomas Sandergard (foto) está tentando salvar o time de Londres pic.twitter.com/y9x5zVYdVG— Joao Castelo-Branco (@j_castelobranco) January 14, 2022
Hull City:
Em 2013, Assem Allam, dono do clube tentou mudar o nome do time para "Hull Tigers".
A torcida revoltada passou a cantar: 'City até morrer'.
"City Till We Die"
Após anos de tentativas, brigas e protestos, não conseguiu permissão das autoridades para mudança. pic.twitter.com/xtZfDoyrd6— Joao Castelo-Branco (@j_castelobranco) January 14, 2022
Wimbledon FC:
Foi comprado quando estava falindo e os donos levaram o time para outra cidade, Milton Keynes e mudaram o nome p/ 'MK Dons'.
A torcida rejeitou e formou um novo clube na região original, Wimbledon AFC, subiu as divisões até encontrar o novo rival na terceira. pic.twitter.com/EtcOXQ24EB— Joao Castelo-Branco (@j_castelobranco) January 14, 2022
Muitos clubes tradicionais foram a falência nos últimos anos: Bury, Bolton, Oldham, Derby, Portsmouth e Wigan.
Problemas sérios também com donos no Blackpool e Chesterfield
Quando se abre ao mercado é uma roleta Russa. Não sabe se será como Leicester ou Bury, Abramovich/ Glazer pic.twitter.com/X0C0Q73AVW— Joao Castelo-Branco (@j_castelobranco) January 14, 2022
Mesmo assim a torcida do Newcastle comemorou. Não só pela grana mas por finalmente se livrar do dono anterior. Mike Ashley fez muita coisa ruim incluindo tentar mudar o nome do lendário St James Park para Sportsdirect arena. Torcida aceitaria vender para qualquer um. pic.twitter.com/TDew3BdpYB
— Joao Castelo-Branco (@j_castelobranco) January 14, 2022
Não estou criticando a situação individual do Botafogo ou Cruzeiro, dois casos com potencial para dar certo. Mas falo no geral sobre a abertura para clube empresas. Se não cuidar pode virar uma bagunça como vimos nos casos na thread, após a Inglaterra ir de um extremo a outro.
— Joao Castelo-Branco (@j_castelobranco) January 14, 2022