Era mês de março e conversei por telefone com Vinicius Assumpção, vice-presidente geral do Botafogo. O clima era de grande preocupação com a herança recebida. Mas evitava críticas à gestão anterior. Falava dos planos para tentar reorganizar o clube com uma dívida maior que o próprio patrimônio estimado.
O cenário era desolador. Depois, nas trocas de mensagem com o presidente Durcesio Mello, a percepção de que os problemas eram muitos e sufocavam. Mas que a aposta estava mesmo no trabalho. Dois dias depois da eliminação para o ABC na Copa do Brasil conversei com ele por telefone e impressionava como, apesar da pancada, ele seguia confiando no que estava por vir.
Passaram dez meses e o Botafogo subiu. Claro que os méritos sempre serão dados aos jogadores, que garantiram em campo o acesso. Além disso o trabalho de Enderson Moreira foi fundamental. Mas não dá para não reconhecer o que foi feito por esta diretoria em dez meses. Mais do que Nelson Mufarrej fez em três anos por exemplo.
Eduardo Freeland e Jorge Braga têm méritos no Botafogo

A manutenção de Eduardo Freeland, algo que eu mesmo critiquei neste espaço, foi uma decisão que se mostrou certa. A chegada de Jorge Braga alterou de vez a forma de agir e pensar de todos os setores, inclusive o futebol. O tal profissionalismo deixou de ser uma conversa futura e vai se tornando realidade.
O Botafogo tem muito a crescer. Mas acredito que esteja no caminho certo. Passamos, nós jornalistas, boa parte do ano criticando ações dos dirigentes. Mas é preciso reconhecer o trabalho feito pela diretoria do Botafogo em 2021. E para quem pensa que é moleza, pergunta ao Vasco…