Mauricio Assumpção morreu na semana passada, de forma precoce. Na segunda-feira a Justiça deu ganho de causa a ele no processo movido pelo clube alegando gestão temerária. A informação é do “Canal do Anderson Motta” e do Blog do Ancelmo Gois, do jornal “O Globo”. Sempre que olhei para a gestão dele no clube entendi que Mauricio Assumpção foi vítima de uma escolha. Aquela decisão que leva um dirigente para a história como bom ou ruim em uma análise a ferro e fogo.
Vamos analisar a trajetória de Mauricio no clube e chegaremos a conclusão de que seu maior erro foi ter aberto mão do acordo do clube com a Justiça do Trabalho. Isso determinou que seu último ano, 2014, fosse um verdadeiro fracasso. Sem dinheiro, não conseguia honrar compromissos com um elenco que já não era o mesmo do ano anterior. A decisão equivocada ainda gerou a perda, sem lucro, de jogadores como o volante Gabriel e o meia Daniel. O dinheiro, ou a falta dele, também impediu o Botafogo de ter um técnico de mais qualidade do que Eduardo Húngaro e Vagner Mancini, que se dividiram ao longo da temporada. A série de problemas causados pela decisão de não cumprir o Ato Trabalhista levou o Botafogo ao rebaixamento.
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Mas e se não fosse aquela decisão de Assumpção, como teria sido a sua gestão? Ele herdou o Botafogo de Bebeto de Freitas, que também teve morte precoce. Apesar de ter conseguido colocar a casa em ordem por um tempo, Bebeto de Freitas deixou o clube com salários em atraso. Mas em situação melhor do que encontrou após a saída de Mauro Ney Palmeira. Aliás, Mauro Ney também sofreu ao receber o clube de José Luiz Rolim, que praticamente largou o mandato.
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Como podemos ver, os presidentes do Botafogo nos últimos anos sempre herdavam o clube com problemas e entregavam também em dificuldades. O que diferencia eles é a forma como atuaram entre a posse e o fim da gestão. E nesse caso ouso dizer que Mauricio está longe de ser dos piores.
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Títulos, Libertadores e Seedorf

O Botafogo vinha de finais complicadas contra o Flamengo. Ele contratou Loco Abreu e Herrera para dar peso ao time, que ganhou o Estadual em 2010 contra o rival em grande estilo. Tirando seu primeiro ano, em 2009, e o último, em 2014, o Botafogo sempre disputou o Brasileirão em bom nível. Em 2013, além de voltar a ser campeão carioca, levou o time para a Libertadores. Algo que o Alvinegro não conseguia desde 1996. Além disso foi responsável pela contratação de maior impacto da história do futebol brasileiro nos últimos anos, Clarence Seedorf.
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Não estou aqui para dizer que Mauricio Assumpção foi brilhante no comando do Botafogo. Mas em um clube que teve gestões apagadas como a de Nelson Mufarrej, por exemplo, está longe de ser o pior. Se não fosse a decisão do Ato Trabalhista, seria julgado pela História de outra forma. Apesar disso o que importa agora é olhar para frente e pensar que a era do amadorismo no Botafogo é coisa do passado. Assim a torcida espera.