Insatisfeito, arrependido e despido de vaidades. É assim que Nelson Mufarrej afirma deixar a presidência do Botafogo nesta segunda-feira, 4 de janeiro, dia em que passa a gestão do clube a Durcesio Mello, eleito para o quadriênio 2021-2024.
O mandato de Mufarrej termina com a Botafogo S/A, o tão aguardado projeto do clube-empresa, sem sair do papel e o time profissional de futebol na penúltima colocação do Campeonato Brasileiro. Uma despedida triste e frustrante. Em entrevista exclusiva ao Boletim do C.E, Nelson disse que comandou o clube sob uma “asfixia” financeira que o atrapalhou na entrega de um Botafogo melhor. “Fiz o que estava ao meu alcance”, garantiu.
– É óbvio que não deixo a presidência satisfeito com o resultado. Queria muito mais. Gerir sem recursos e sob uma asfixia diária de penhoras nos impediu de dar o salto de gestão que o Botafogo precisava. O modelo atual não se sustenta mais. No meio do mandato, ficou evidente que o melhor legado que eu poderia deixar seria a concretização da S/A. Fiz o que estava ao meu alcance nesse ponto. Abri o clube para profissionais competentes e pavimentei a estrutura para tocarem o projeto em escala de prioridade. Me despi de qualquer vaidade – declarou Mufarrej.
Há arrependimentos, porém sem mais polêmicas para o Botafogo
Questionado pela coluna do FogãoNET se nos três anos que liderou o Botafogo, de 2018 a 2020, houve algum arrependimento na tomada de decisões, Nelson Mufarrej respondeu que foram várias as vezes em que se lamentou, principalmente quando deu liberdade para “algumas pessoas” durante o período em que esteve à frente de General Severiano.
No entanto, no seu adeus ao cargo máximo do Botafogo, não quis entrar em polêmicas, o que de fato nunca fez parte do seu perfil como presidente, sempre discreto e conciliador.
– Foram vários arrependimentos, especialmente pela autonomia dada a algumas pessoas. Mas prefiro guardá-los para mim ou tratar em ambiente privado, como sempre fiz. O Botafogo está saturado de polêmicas. Precisa é de soluções. Sem perder tempo – revelou.

O sucessor de Carlos Eduardo Pereira (2015-2017) entrega o Botafogo com apenas dois títulos que realmente emocionaram e orgulharam o torcedor alvinegro, o Campeonato Carioca de 2018 e a Liga Sul-Americana de Basquete em 2019. Muito pouco para a grandeza do Glorioso, que merece muito mais.