O ano de 2014 promete ficar marcado para sempre na cabeça do goleiro Jefferson. Afinal, aos 31 anos, ele é presença praticamente certa na lista de convocados pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a Copa do mundo e também maior ídolo deste time atual que pode fazer o Botafogo ir longe na Libertadores. Um passo importante pode ser dado nesta quarta-feira, já que uma vitória sobre o Unión Española, às 19h45, sacramenta a classificação para as oitavas de final. Aliás, o próprio camisa 1 aposta que o Glorioso pode chegar à decisão. Para alegria da torcida, o paredão garante ter aprendido a torcer pelo clube da Estrela solitária e vê como difícil uma transferência para o futebol europeu. Acompanhe a entrevista exclusiva com o goleiro abaixo.
Com a possibilidade de classificação com antecedência, esperava um grupo mais difícil?
Sabíamos que os adversários seriam difíceis, mas não é surpresa. Temos pés no chão, faltam dois jogos, mas a vitória nos dá a classificação e a liderança. Fomos criticados pelo Carioca, mas sabemos que este é o ano do Botafogo na Libertadores. Temos que nos doar ao máximo por uma grande campanha.
Como vocês estão vendo o apoio da torcida nessa Libertadores? E a expectativa para este jogo contra o Unión?
Já esperávamos que eles comprariam esse barulho com o time. Há 18 anos, o Botafogo não ia para a Libertadores. Sempre víamos os torcedores pedindo nos jogos para a equipe voltar à competição. E agora que voltamos, eles entenderam que precisamos desse apoio. Quando entramos no Maracanã e olhamos para os lados, ficamos motivados para correr mais. Para este jogo, a expectativa é boa. Convocamos os torcedores a lotarem o Maracanã. Sabemos que isso desestabiliza os adversários.
Até onde o Botafogo pode ir nessa Libertadores?
Podemos ir até a final. Temos time, elenco, e uma torcida que abraçou a causa. A cada jogo no Maracanã vai dar 50, 60 mil. Isso vai ajudar.
Sobre as críticas no Carioca. A campanha (9º colocado) foi muito abaixo do esperado?
Este foi um ano atípico. Como o clube não disputava a Libertadores há muito tempo, concentramos todas as nossas forças nessa competição. Então acho que não soubemos balancear. Mas classificando para a Libertadores do ano que vem, será totalmente diferente porque já teremos esse gostinho. Então acho que esse ano não deve ter nenhuma cobrança porque saímos do Carioca. Pelo contrário, precisamos estar focados na Libertadores.

E seleção brasileira? Já vê a vaga como certa ou prefere um discurso mais humilde?
A humildade faz a gente colocar os pés no chão. Sei da minha capacidade, sei que estou no caminho e tenho o carinho do comandante, que é o Felipão. Mas tenho sempre que estar mostrando serviço no Botafogo para garantir essa vaga.
Estão te pedindo como titular.
Fico feliz. Mostra que o trabalho está sendo bem feito. Não venho de um ano, mas de uns quatro de regularidade no Botafogo. E fico feliz que exista gente torcendo pelo meu sucesso
Jogar em um grande clube europeu está nos seus planos?
Estou com 31 anos e ainda tenho mais uns seis pela frente. Estou em um ótimo momento no Botafogo. Para sair, o jogador pensa em muita coisa, como valorização. Graças a Deus, estou sendo valorizado no Botafogo, pelos torcedores, por ser capitão. Tudo isso pesa. Não penso em sair. Se tiver que sair, será por uma proposta irrecusável, e o Botafogo teria que me vender.
Como você descreve sua relação com o Botafogo?
Me identifiquei muito forte com o Botafogo. Hoje, sou botafoguense, e minha família também. O que pesou para voltar ao Brasil foi a identificação com o clube. Mesmo não jogando muito em 2004 (antes de ir para o futebol da Turquia), o pessoal já gostava de mim. Agradeço aos torcedores, ao clube, por tudo o que proporcionaram na minha carreira.