Cercado de expectativa e tratado como ‘final antecipada’, o confronto entre Cruzeiro e Botafogo, na noite desta quarta-feira, no Mineirão, teve três personagens principais: dois positivos e um negativo. O volante Nilton, a exemplo do que havia feito sábado passado, contra o Atlético-PR, foi o herói celeste ao abrir o caminho da vitória, por 3 a 0, e Júlio Baptista, que saiu do banco para fazer os outros dois. Já o holandês Seedorf, ao contrário do que acontece na maioria das vezes, bancou o vilão, ao desperdiçar a cobrança de pênalti no início do segundo tempo, quando perdia por apenas um gol de diferença.
Nilton marcou um gol, posicionando-se da mesma forma na área adversária e aproveitando cobrança de escanteio do lado direito, tal como no triunfo sobre o rubro-negro paranaense. E com a vitória, o time celeste abriu sete pontos sobre o vice-líder do Brasileiro, distanciando-se ainda mais na tabela de classificação. O segundo gol celeste foi marcado de pênalti, por Julio Baptista, aos 35 min da etapa final, e aos 41 min, fez mais um batendo de esquerda. O banco forte, mais uma vez, foi trunfo cruzeirense.
O Mineirão recebeu grande público e funcionou como caldeirão a favor do time de Marcelo Oliveira. As equipes mostraram que ocupam os dois primeiros lugares por mérito. Ambos demonstraram vontade de vencer.A vitória do Cruzeiro foi a oitava consecutiva no Brasileirão, enquanto o Botafogo teve interrompida uma série de quatro triunfos seguidos.
Além de ampliar a vantagem em relação ao clube carioca, o time celeste se beneficiou do empate, em Porto Alegre, do Grêmio com o Santos, em 1 a 1, e colocou 11 pontos sobre o tricolor gaúcho. O primeiro tempo teve o Cruzeiro mais perigoso e presente no campo de ataque, enquanto na etapa final o Botafogo se adiantou e pressionou em busca da igualdade.
Os minutos iniciais do esperado jogo mostraram o Cruzeiro disposto a exibir seu repertório de tabelas envolventes e em velocidade. Em falha de André Bahia, logo aos 3 min, por pouco Borges não abriu o placar. O Botafogo custou a colocar a bola no gramado e a fugir da forte marcação celeste. A primeira chegada do time visitante aconteceu em cobrança ensaiada de falta feita por Seedorf. Rafael Marques desviou de cabeça a bola para Lodeiro, que finalizou por cima do travessão.
A resposta cruzeirense aconteceu pelo lado direito do ataque. Willian deu passe de calcanhar para Ceará, que cruzou. Everton Ribeiro cabeceou bem e obrigou Jefferson a fazer boa defesa. O jogo era movimentado e bem disputado, com os dois times usando estratégias diferentes, mas com o mesmo objetivo: abrir o placar. Aos 19 min, Fábio impediu que o Botafogo saísse em vantagem, ao defender finalização de Elias.
O atacante botafoguense não se conformou com a chance desperdiçada e reabiu batendo em sua cabeça. Enquanto o time visitante procurava diminuir o ritmo da partida, mas sem deixar de atacar, o Cruzeiro o intensificavam. Com jogadas em velocidade, pelos dois lados de campo, a equipe celeste conseguiu boas bolas atravessadas na área adversária. Aos 38 min, Marcelo Mattos erra, Everton Ribeiro chuta e Jefferson defende.
Quando parecia que o primeiro tempo terminaria sem gols, o Cruzeiro balançou as redes. Nilton aproveitou cobrança de escanteio da direita e em belo voleio colocou seu time em vantagem. O volante celeste, que já havia marcado de forma semelhante o gol do triunfo sobre o Atlético-PR, sábado passado, por 1 a 0, nem conseguiu explicar o lance. Ao ouvir a torcida gritar seu nome em coro, aplaudiu a massa e, emocionado, deixou o gramado.
Pelo lado do Botafogo, Bolivar lamentou um erro de marcação no último lance. “Sabíamos que era o último lance. Temos que ter atenção, porque o jogo está muito equilibrado”, disse o zagueiro. Na volta para o segundo tempo, refeito da emoção, Nilton comparou os dois gols seguidos. “Este foi mais bonito, pela forma que peguei na bola”, elegeu. Com a bola rolando, a etapa final começou com susto para o Cruzeiro. Aos 7 min, Bruno Rodrigo fez pênalti em Rafael Marques, mas Seedorf desperdiçou a cobrança.
Dez minutos depois, Nilton, que viveu noite de grande emoção, deixou o campo contundido, no tornozelo esquerdo, para entrada de Henrique. Logo depois, Júlio Baptista entrou na vaga de Borges, em tentativa de Marcelo Oliveira de reconquistar o domínio do meio de campo. O Botafogo havia assumido o controle do jogo e levava perigo aos donos da casa. Hyuri, que substituiu Renato, quase empatou, aos 27 min. A bola passou perto. Um pênalti sobre Everton Ribeiro, convertido por Júlio Baptista ampliou a vantagem e o camisa 10 ainda fez, confirmando o importante triunfo, levando a torcida ao delírio.
FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO 3 X 0 BOTAFOGO
Estádio: Mineirão, Belo Horizonte (MG)
Data-Hora: 18/9/2013 – 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Luiz Flavio de Oliveira (SP)
Auxiliares: Anderson José de Moraes Coelho (SP) e Marcelo Bertanha Barison (SP)
Rendae público: R$ 2.337.530,00 / 43.361 pagantes / 46.167 presentes
Cartões amarelos: Júlio Baptista (CRU); Elias (BOT)
Cartões vermelhos: –
Gols: Nilton 46’/1ºT (1-0) e Julio Baptista 35’/2°T (2-0) e 41’/2°T (3-0)
CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Dedé, Bruno Rodrigo e Egídio; Nilton (Henrique 18’/2°T), Lucas Silva, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart (Dagoberto 29’/2°T) e Willian; Borges (Júlio Baptista 18’/2°T) – Técnico: Marcelo Oliveira.
BOTAFOGO: Jefferson; Edilson, Bolívar, André Bahia e Julio Cesar; Renato (Hyuri 21’/2°T), Marcelo Mattos, Lodeiro, Seedorf e Rafael Marques (Henrique 39’/2ºT); Elias (Alex 31’/2°T). Técnico: Oswaldo de Oliveira.