O Botafogo confirmou aquilo que os mais engraçadinhos, ou irônicos, têm dito dele nos últimos dias. Hoje, podem dizer mais ainda que o Botafogo está fazendo tudo certinho, como manda o figurino, para não entrar mesmo no G-4 do Campeonato Brasileiro, que dá direito a uma vaga na Copa Libertadores. O time ratificou ontem esse prenúncio, com a derrota de 2 a 1 para o Coritiba, na casa do adversário.
Houve, porém, duas grandes surpresas no jogo, ambas produzidas no lado do mesmo Botafogo. A primeira foi o frango que Jéfferson — um grande goleiro — engoliu na abertura do marcador. Foi aquele frango mais famoso e característico de todos: uma bola que passou entre suas pernas, na cabeçada meio despretensiosa de Deivid, que saiu fraca na direção do goleiro. Ou seja: o frango clássico.
A segunda foi uma surpresa maior até do que o frango de Jéfferson. Mesmo perdendo, o time do Botafogo teve, durante quase todo o jogo, uma postura apática, passiva, indiferente, lenta, desinteressada, como se estivesse com a vida resolvida, a exemplo do Cruzeiro, que à mesma hora festejava seu título de campeão, no Mineirão.
Engraçado, ou, por outro lado, triste, é que depois os jogadores, o time, o técnico, a diretoria do Botafogo reclamam quando sua torcida vaia nas arquibancadas, ou quando, simplesmente deixa de comparecer aos estádios. Quando eu mesmo critiquei o comportamento dos torcedores alvinegros, muitos deles me enviaram explicações, dizendo isso mesmo, que o time do Botafogo tem se mostrado ausente, distante, como se não fosse com ele.
A julgar pela atitude no Couto Pereira, em Curitiba, parece mesmo que não era com ele, à exceção de um ou dois jogadores. De Dória, por exemplo, que, nos minutos finais, quando já estava 2 a 0 para o adversário (segundo gol de Alex), partiu para o ataque pela esquerda, e cruzou muito bem para o toque de Bruno Mendes, no gol de “honra” (assim entre aspas) do Botafogo. Porque foi só no fim mesmo, nos últimos dez minutos, que o Botafogo, lutando pelo G-4, se comportou como deveria ter se comportado desde o início.
Ninguém jogou bem no setor ofensivo: nem Seedorf, nem Hyuri, nem Rafael Marques, nem Elias. O Botafogo não ajudou a si próprio, não ajudou o Fluminense, nem ajudou o Vasco, único carioca que venceu nesta rodada. Falta uma só para eles.