Herói na Cabofriense, meia Eberson sonha jogar no Botafogo

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Por FogãoNET

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O que é preciso para se tornar ídolo de um clube? Dedicação? Garra? Títulos? Petkovic precisou apenas de uma falta aos 43 minutos no Flamengo. Rogério Ceni precisou de décadas no São Paulo. Afinal, o que define se um jogador será ou não eternizado na história de uma equipe? Aos 30 anos, Eberson parece não ter essa resposta. Humilde, se esquiva do rótulo e responde que sabe apenas que o caminho para alcançar esse status na Cabofriense é longo.

Um discurso, no mínimo, modesto para o artilheiro da equipe na Série B do Campeonato Carioca, com 11 gols. Só não foi o goleador da competição porque Allan, do America, e Oliveira, do São João da Barra, desandaram de fazer gol no início da disputa. Eberson também foi um dos que mais entraram em campo pelo Tricolor Praiano. Ficou de fora apenas do jogo contra o Angra dos Reis, pela última rodada da Taça Santos Dumont. Em todas as outras partidas, Eberson jogou ou, mais do que isso, foi referência.

Éberson comemora gol pela Cabofriense - Bonsucesso (Foto: Tiago Ferreira/Divulgação)
Éberson comemora gol do acesso da Cabofriense (Foto: Tiago Ferreira/Divulgação)

Após a lesão do experiente Têti, coube a Eberson assumir a camisa 10 e o papel de maestro da Cabofriense. O homem pensante, organizador das jogadas. E por que não herdar também a responsabilidade de decidir? Ainda na Taça Santos Dumont, o apoiador marcou dois em cima do poderoso America, na primeira grande vitória da equipe na competição. Depois disso, veio o gol na vitória de 1 a 0 sobre o Angra, na final do segundo turno, foi dele. Assim também como o fatídico gol de falta sobre o Bonsucesso, que carimbou a vaga do time de Cabo Frio na Série A do Carioca no ano que vem.

– Para ser ídolo, eu ainda tenho que conquistar muito mais coisa. Consegui ir bem em apenas um campeonato, consegui ajudar, mas para ser ídolo ainda falta bastante coisa. Tenho que ganhar um título na Primeira ou chegar às fases finais para ficar marcado – decretou o pai da pequena Nicole.

Na arte das palavras, Eberson não é o que podemos chamar de um especialista. Ele gosta mesmo é falar com os pés. De preferência, com uma bola por perto. A timidez resulta em respostas de poucas palavras e em frase que, às vezes, sequer terminam. Parecido com a arte de encontrar atalhos no campo, basta ele crer que já falou o que você queria saber para colocar um ponto final na frase.

Revelado na Portuguesa da Ilha, o jogador já tem no currículo passagens por Nova Iguaçu, Madureira, America, Boavista, Americano, Macaé. Em clubes de grande tradição, o maior foi o Vila Nova, de Goiás. Equipe que ficou na memória de Eberson. Afinal, o meia-atacante estava no elenco de 2010, que conseguiu uma reação marcante na Série B do Brasileiro para não amargar o rebaixamento.

– Foi bem marcante, muito legal aquele trabalho. Quando eu cheguei à equipe do treinador Ademir Fonseca, o time não vinha bem no campeonato. Estava próximo de cair. Mas conseguimos uma reação e ficamos na Segunda Divisão. Uma memória que eu guardo com carinho – recorda o jogador.

Eberson, ex-jogador do Vila Nova (Foto: O Popular)
Eberson ainda no Vila Nova (Foto: O Popular)

Clube grande, grande, Eberson ainda não defendeu. Mas também não faz cerimônia ao citar sua preferência: o Botafogo, clube do coração do pai.

– A gente sonha, não é? Todo jogador sonha em jogar em clube grande, aqui do Rio principalmente. A gente trabalha pensando nisso. Pelo meu pai torcer pelo Botafogo, eu queria jogar pelo clube – revelou Eberson, que resume o que seria jogar ao lado de Seedorf:

– Seria maravilhoso!

Em um rápido bate-papo, Eberson contou um pouco sobre sua carreira, explicou como foi parar na Cabofriense e listou as conquistar que ainda quer ter pelo clube. O ápice, ele já definiu: quer chegar à Série B do Campeonato Brasileiro.

Confira a íntegra da entrevista

GLOBOESPORTE.COM: Onde você começou sua carreira e por onde já passou?

– Eu comecei na Portuguesa da Ilha. Só no Rio de Janeiro, já rodei bastante. Já joguei no Nova Iguaçu, Madureira, America, Boavista, Americano, Macaé.

Em qual desses clubes citados você acredita que teve a passagem mais marcante?

-Acredito que no Americano, em 2009.

Já jogou em clube grande?

– Em clube grande, só o Vila Nova. Foi bem marcante, muito legal aquele trabalho. Quando eu cheguei à equipe do treinador Ademir Fonseca, o time não vinha bem no campeonato. Estava próximo de cair. Mas conseguimos uma reação e ficamos na Segunda Divisão. Uma memória que eu guardo com carinho.

Tem o sonho de ainda defender algum time grande? Tem preferência?

– A gente sonha, não é? Todo jogador sonha em jogar em clube grande, aqui do Rio principalmente. A gente trabalha pensando nisso. Pelo meu pai torcer pelo Botafogo, eu queria jogar pelo clube.

Já imaginou jogar ao lado do Seedorf?

– Seria maravilhoso!

Como veio parar na Cabofriense?

– Em janeiro, o clube fez o primeiro contato comigo através do Garrit e do professor (Antônio Carlos) Roy, que estava na época. Eu já havia trabalhado com eles no Madureira. Eu havia acabado de terminar a Série C do Brasileiro no Macaé, no final do ano passado. Eu estava conversando com o Macaé e com a Cabofriense. Estava entre renovar lá e fechar aqui.

O que pesou nessa sua escolha pela Cabofriense?

– Eu vim por causa do projeto que a Cabofriense tinha de voltar para a Primeira Divisão, o que nós, felizmente, conseguimos. E também pelo projeto de conseguir uma Série D do Brasileiro, depois uma Série C até chegar à Série B, que é o sonho do presidente.

Eu ainda quero conquistar uma vaga na Série D do Brasileiro nessa Copa Rio”
Eberson

Conseguiu ser artilheiro da Cabofriense, deu o título de campeão da Série B e foi fundamental na conquista do acesso à elite. O que falta?

– Eu ainda quero conquistar uma vaga na Série D do Brasileiro nessa Copa Rio, que faz parte do projeto do clube. E no ano que vem, já na Primeira, seria ótimo se a gente chegasse a uma final ou até semifinal.

Depois da lesão do Têti, você se entrosou muito rápido com o Arthur no meio. Como é a sua relação com ele dentro e fora de campo?

– O Arthur é um moleque excepcional. E dentro de campo, a gente se entrosou bem. No começo, eu vinha sendo titular, e ele só se firmou como titular nesse fim de competição. As coisas se encaixaram, e ele me ajudou muito a fazer esses gols importantes.

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