(Vale ler!) Blog: ‘Bonito de ver, Botafogo merece manchetes’

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Por FogãoNET

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É sete. É Mané. É Jairzinho. É Maurício. É Túlio. É Vitinho (foi sete na base do Botafogo). É Hyuri com um 7 depois do 1. Do estranho H na frente do Y. É do Botafogo pintando bonito no BR-13 com mais um sete cabalístico. Botafoguístico. Mais um time bonito de ver. Não tão bom quanto o ainda favorito Cruzeiro. Mas tão botafoguense no jogo e nas histórias de um time que supera todos os problemas. Fogão de Oswaldo de Oliveira que merece todas estas e mais manchetes.

Hyuri estreou semana passada com gol digno de placa no Maracanã e desse sete dessa estrela solitária e enigmática que ilumina o Rio de Janeiro. Hyuri entrou com algum atraso em jogo bom e equilibrado contra um Corinthians irreconhecível para um campeão do mundo – mas plenamente reconhecível nos últimos tempos bicudos e zicados. Hyuri foi às costas do improvisado Felipe, que entrou no lugar do promissor Igor, depois de bela bola de Edilson para fazer o gol da vitória justa de um time que supera a saída de Fellype Gabriel, a perda de Vitinho, e os atrasos do dinheiro que não entra. De um time que vai se encontrando até quando o clube se perde. Mais ou menos como em 1995, quando o salário atrasava quatro meses, mas o time estava sempre em ponto de bola.

Não sou Botafogo. E chego a achar que até os botafoguenses não são Botafogo. Eles são algo além de torcedores. Algo que não se deve tentar compreender. A razão e a ciência tentam explicar o mundo. Para todas as outras coisas inexplicáveis existe o Botafogo.

É o que pode explicar um clube com tantos problemas financeiros, com tantos azares como a perda do Engenhão, ainda assim continuar firme e forte na luta por um Brasileirão que segue aberto. Por mais que o Cruzeiro já queira fechar a conta. Mais ou menos como tão bem fez há dez anos, ganhando o Brasileirão (e a Copa do Brasil e o MG-03) com sobras.

O jogo que o Botafogo venceu um Corinthians que não se acha e não se encontra mais era daqueles que não só o Fogão não vencia. Ele perdia no fim. Ele teria um lance discutível de arbitragem contra. Ele teria uma reclamação desmedida, ainda que com alguma razão. Ele se perderia psicologicamente tanto quanto cairia pela tabela.

Se não tiver tantas lesões e mais defecções, vai virar história como já revirou prognósticos. Afinal, não é só Seedorf. É a intensa movimentação dos três armadores. É a boa pontaria de quem estiver no comando de ataque (seja Elias, seja Rafael Marques, seja quem for). É uma boa dupla de zaga. É por aí.

Este 2013 parece ser de quem ninguém acreditava. Mas ainda é mais do Cruzeiro que do Botafogo. Desde que, claro, o Botafogo botafogueie novamente.

P.S.:

Uma das frases escritas acima está no prefácio de “General Severiano: 100 Anos de Um Campo Glorioso”, livro de 174 páginas da BB Editora, que estaremos lançando no outro sábado, dia 21, 20 horas, na livraria Cultura do Fashion Mall, em São Conrado, no Rio.

O livro de muitas fotos e textos está à altura do estádio do Botafogo. Palco glorioso de muito do melhor futebol que se viu em campos brasileiros e mundiais. Onde há 60 anos Garrincha estreava contra Nilton Santos. Quando os deuses da bola perceberam que não havia como haver um duelo de titãs. Eles tinham de jogar na mesma constelação. Ainda que fosse uma estrela solitária.

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